30 Agosto 2019 | Fernanda Mendes
Evento debate desafios e conquistas para o cinema curitibano
Mostra Curitiba de Cinema acontece até 11 de setembro
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A Mostra Curitiba de Cinema começou ontem (29) no Cine Passeio, cinema de rua que está há 5 meses em funcionamento.
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O festival exibe apenas longas rodados na capital paranaense e para a abertura da mostra o filme Lance Maior (1968) ganhou uma sessão com a presença do próprio autor da obra, Sylvio Back, com 82 anos atualmente. O longa foi o primeiro a ser rodado em Curitiba. “Aqui tinha peculiaridades negativas, porque as coisas demoravam para vingar para o resto do País. E eu queria fazer um filme para o País todo, mas em que a nossa cidade fosse a protagonista”.
Bom, o filme foi um sucesso na época, e protagonizado por nada mais, nada menos, que Regina Duarte e Reginaldo Faria. No entanto, após o lançamento de Lance Maior, o segundo filme curitibano só chegou 40 anos depois. “Não havia leis de incentivo ou financiamento público. O eixo RJ-SP monopolizava tudo neste sentido, mas hoje isso está mudando”, lembra Fernando Severo, cineasta que teve trabalhos importantes no fim dos anos 80.
Prova desta mudança é Aly Muritiba, diretor baiano, mas que mora em Curitiba desde 2006. Seus trabalhos como Ferrugem (Olhar) e Para Minha Amada Morta (Vitrine) são reconhecidos internacionalmente, e ele faz questão de rodar seus projetos na cidade. Este ano já filmou Jesus Kid e ainda neste semestre roda mais outro, além de uma série para o Netflix que será lançada em breve. Muritiba explicou que chegou à Curitiba para estudar na FAP (Faculdade de Artes do Paraná) no então recém-lançado curso de cinema e que toda sua turma e as próximas formaram uma nova geração de cineastas mais profissionalizados tecnicamente e teoricamente. “Hoje conseguimos encontrar atores excelentes aqui, financiamentos municipais, boa vontade da cidade com as equipes de filmagens e locações mais baratas que em São Paulo”.
Sim, o momento é ótimo para as produções curitibanas. Inclusive recentemente foi aprovada uma verba de R$ 10 milhões em parceria com a Ancine voltada à produção audiovisual no Estado. Mas uma questão apontada por um representante da AVEC (Associação de Vídeo e Cinema do Paraná) durante a Mostra foi bastante pertinente. “Como faremos para levar o público aos cinemas para verem os nossos filmes?”, indagou lembrando das pré-estreias lotadas de Bacurau (Vitrine) em Recife (PE).
Marcos Jorge, cineasta e curador do Cine Passeio, encerrou o debate comemorando o espaço que estão consolidando com o cinema, que tem como principal objetivo formar público para o cinema, tendo mostras e festivais, além de uma programação bastante diversa de filmes.
A Mostra Curitiba de Cinema vai até 11 de setembro 21 filmes.
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