28 Agosto 2019 | Thaís Lemos

Disputa acirrada marca escolha de filme nacional para disputa no Oscar

Dois filmes da Vitrine foram os favoritos da comissão da Academia Brasileira de Cinema

Ontem (27) a Academia Brasileira de Cinema anunciou em coletiva na Cinemateca de São Paulo (SP), o filme brasileiro escolhido que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao Oscar de Melhor Longa-Metragem Internacional no Oscar 2020.

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“Não foi um resultado unânime, mas todos os membros gostaram desse filme”, declarou a cineasta Anna Muylaert ao anunciar A Vida Invisível (Sony/Vitrine) como o longa escolhido. “É uma alegria inmensurável. É uma realização não só para o filme em si, mas para todas as mulheres do mundo, para os trabalhadores e trabalhadoras do audiovisual e para o País como um todo. É uma honra estar junto com outros filmes tão importantes que celebram esse momento singular do cinema brasileiro”, comemorou Karim Aïnouz, diretor do longa, em comunicado oficial.

O anúncio do filme escolhido aconteceu após uma reunião dos especialistas responsáveis pela seleção, que inclui, além de Anna Muylaert, Amir Labaki, Sara Silveira, David Shurmann, Ilda Santiago, Mikael de Albuquerque, Vania Catani, Walter Carvalo, Zelito Viana e Jorge Peregrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema.

Coproduzido pelo Canal Brasil, A Vida Invisível fala da invisibilidade dos mais variados tipos de violência sofridos por mulheres na década de 1940. O longa se destacou ao vencer a mostra Um Certo Olhar, na edição do Festival de Cannes deste ano, e tem estreia marcada para 31 de outubro no Brasil.

Quando questionada qual foi o segundo colocado, Anna respondeu: “É fácil você imaginar. Foi Bacurau”. O longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles também ganhou repercussão internacional após conquistar o Prêmio do Júri no Festival de Cannes.

“Tinham pessoas que achavam que a campanha de Bacurau seria mais forte, e outras que acreditavam que a campanha de A Vida Invisível seria mais forte. Uma vez que ganhou A Vida Invisível, a gente pode dizer que é um filme de extrema qualidade, dirigido por um dos maiores nomes do cinema brasileiro, um diretor nordestino, com um produtor forte que tem influência no mercado norte-americano, e principalmente Fernanda Montenegro, uma pessoa que já concorreu ao Oscar”, disse Anna. “Mas o que pesou mesmo, foi a qualidade do filme”.

Segundo Anna, o critério para a escolha do filme envolveu tanto gosto pessoal, quanto crença da comissão de achar que o filme teria mais chance de agradar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas do Oscar e disputar uma das cinco vagas. “A comissão dividida ou não, como um todo, deseja o melhor para A Vida Invisível. Que haja apoio do governo, que faça uma grande campanha aqui e fora e que consiga essa sonhada vaga na categoria dos filmes estrangeiros”, completou.