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31 Maio 2019 | Thaís Lemos

Dolby anuncia primeiros clientes do CineAssista

Exibidores foram anunciados em evento de acessibilidade

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(Foto: Dolby)

Ontem (30) aconteceu o evento Acessibilidade no Cinema – A produção, o público e a exibição, no Reserva Cultural, em São Paulo (SP) e reuniu representantes da Iguale (produtora de conteúdo acessível) e da Dolby. Luciano Taffetani, gerente de vendas sênior da Dolby na América Latina, anunciou os primeiros clientes que irão contar com o CineAssista solução de acessibilidade de conteúdo para cinema.

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Os exibidores que irão começar a oferecer o recurso de acessibilidade já no próximo mês são: Cinemark, Cinépolis, Kinoplex, UCI, Cinesystem, Cine Araújo, Cine Laser, Moviecom, SP Cine, entre outros cinemas independentes. “O desafio para eles começa agora com a operação. Esse universo novo tem que ser aprendido”, declarou Luciano no evento. No total serão equipadas mais de 400 salas.

Para que os deficientes auditivos e visuais sejam atendidos corretamente, é necessário oferecer um treinamento adequado a este público e explicar como funciona o aparelho. Em relação a essa questão, Luciano afirmou que treinamentos foram realizados com exibidores em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Sobre o conteúdo, o profissional explicou que ainda há empecílios em relação a pós-produção com acessibilidade, pois os estúdios pequenos ainda têm dificuldade em providenciar os recursos. “Os filmes têm que ser providenciados com esses recursos”, afirmou Taffetani ao pedir para os distribuidores presentes providenciarem a acessibilidade junto a Ancine, que tem recursos para isso. 

Quando questionado pelo Portal Exibidor se os materiais de campanha de divulgação também são entregues para convidar este novo público ao cinema, Mauricio Santana, diretor da Iguale, afirmou que recomenda as distribuidoras a fazer trailer acessível, redes sociais com descrição de imagem e comunicação em libras. “Todo mundo está aprendendo a lidar com esse novo cenário. Temos o público que está esperando isso acontecer no cinema, mas precisa ser convidado da melhor maneira possível”, completou. 

Em resposta, Márcia Sandy, gerente de operações técnicas da Warner Bros., disse que há muito tempo tem entregue filmes acessíveis, mas que os cinemas não estão exibindo. “Então como vamos comunicar uma coisa que não tem?” questionou. 

Produção

Fazer conteúdo acessível não é um processo fácil, é necessário entender as necessidades das pessoas com deficiencia. O que se encaixa melhor para o entendimento deste novo público. Por isso mesmo, a Iguale conta com consultores que possuem deficiência visual ou auditiva. Paulo Montealegre, um dos consultores que possui deficiência visual, explicou que há uma série de detalhes que precisam ser analisados antes de criar o recurso, como por exemplo, observar o gancho que o filme vai fazendo durante o desenrolar da história. “Isso é qualidade em audiodescrição”, afirmou Pedro, que completou dizendo que é uma luta fazer parte da equipe de trabalho de acessibilidade, para perceber todas os detalhes.

Além disso, Sabrina Cristoni, responsável pela legenda descritiva para deficientes audiovisuais, contou que para que o entendimento correto da cena seja transmitido, é preciso priorizar os sons e não a ação que está acontecendo. Naiane Olá, coordenadora de libras na Iguale, informou que o processo de gravação do material acessível para línguas de sinais é um pouco mais extenso. “Estudamos o material e fazemos uma pesquisa anterior da gravação”, comentou.

Para isso, é necessário saber se os personagens do filme já possuem algum sinal (expressão corporal que revela seu nome) na comunidade auditiva. Para isso, o trabalho com um surdo é indispensável para que se transmita um trabalho de qualidade. 

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