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30 Maio 2019 | Renata Vomero

Disney pode deixar de gravar em Estado americano por causa de lei antiaborto

Bob Iger se pronunciou sobre controversa medida do Estado de Geórgia

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(Foto: Hollywood Reporter / Filmmagic)

No início de maio foi aprovada pelo governador republicano da Geórgia, Brian Kemp uma lei que determina a proibição de abortos no Estado a partir do momento que se identifica os batimentos cardíacos do feto, que acontece com cerca de seis semanas de gestação. A medida ainda não entrou em vigor, devendo valer a partir de janeiro, caso não seja contestada. No entanto, profissionais de Hollywood já se posicionaram contra, ameaçando inclusive boicotes ao Estado.

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Dentre eles está a própria Disney, que por meio de seu CEO, Bob Iger, afirmou que poderá deixar de realizar gravações no local caso a lei realmente entre em vigor. Em entrevista à Reuteurs, o executivo afirmou que “É muito difícil continuar trabalhando no Estado. Muitos de nossos funcionários não vão querer trabalhar ali e nós teremos que atender seus desejos quanto a isso. Agora nós estamos acompanhando esta questão com muito cuidado".

Geórgia foi locação para dois recentes sucessos do estúdio: Pantera Negra e Vingadores: Ultimato.  Conhecida como a Hollywood do Sul, o Estado atrai os realizadores do país por oferecer atraentes benefícios fiscais para locações no local.

Tendo em vista tais facilidades, a Disney não foi a única empresa a se posicionar contra a lei. Ainda nesta semana, a Netflix também comunicou que não pretende continuar fazendo suas produções no Estado caso a medida seja aceita pelas autoridades norte-americanas. Em comunicado, a empresa afirmou que deverá repensar seus investimentos na região se essa restrição acontecer. Outras produções já cancelaram filmagens na região e a ideia de um boicote vem crescendo cada vez mais nas redes sociais. Segundo informações do El País, a indústria cinematográfica movimenta na Geórgia em torno de US$ 2,7 bilhões por ano, portanto caso essas grandes empresas e outras produções deixem de investir no Estado os prejuízos podem ser grandes.

Política

Conhecida como lei do batimento cardíaco, a medida foi alvo de críticas por trazer a restrição de seis semanas para ser feito o aborto, quando os batimentos do feto podem ser identificados. Ativistas e cidadãos contra a lei alegam que este é um período em que muitas mulheres ainda não descobriram a gravidez. Aprovado em nível federal desde 1973 nos EUA, o tema tem voltado à pauta já que alguns estados conversadores vêm demonstrando iniciativas que visam privar as mulheres de interromperem a gravidez. Mulheres e ativistas foram às ruas em maio a favor do mantimento deste direito.

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