29 Maio 2019 | Renata Vomero
Mercado norte-americano também tem polêmica sobre espaço dos filmes no cinema
Estreia de Olivia Wilde no circuito acende discussão sobre o domínio dos blockbusters
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Não é só o mercado brasileiro que vem discutindo o espaço dos grandes filmes no cinema, deixando alguns lançamentos menores em segundo plano. Nos Estados Unidos, que também não contam com uma política de proteção ao cinema nacional - até porque boa parte dos lançamentos mundiais são do país -, também enfrentam a dificuldade de ver os blockbusters ocupando maior parte dos cinemas.
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Essa discussão está em evidência no momento com o lançamento de Fora de Série (Imagem Filmes), comédia teen que marca a estreia da atriz Olivia Wilde como diretora. A história foi muito bem recebida no SXSW Film Festival, que aconteceu no começo de março, quando a produção ganhou visibilidade no mercado e na mídia. Por conta de tamanha repercussão na época, o filme foi alvo de altas expectativas por conta de sua diretora e equipe, no entanto, ele fez em seu fim de semana de estreia nos EUA (que contou com o feriado Memorial Day na segunda-feira, 27) a bilheteria de quase US$9 milhões de dólares, deixando-o abaixo de outros blockbusters como Aladdin (Disney), Vingadores: Ultimato (Disney), John Wick: Parabellum (Paris) e Pokémon: Detetive Pikachu (Warner).
Olivia Wilde, inclusive, foi ao Twitter pedir para seus seguidores irem ver o filme nos cinemas, que estava sendo engolido por essas grandes produções. “Não dê aos estúdios uma desculpa para não aprovarem filmes feitos sobre e por mulheres”, ela comentou no microblog. O pedido da cineasta esquentou o debate, já que, como noticiado pelo Indie Wire, este comentário dela parece ignorar o fato de que Aladdin, uma super produção, estreou no topo da bilheteria sendo uma história protagonizada por personagens não-brancos, conforme twittou Franklin Leonard, fundador da publicação voltada para o cinema Black List: “Eu entendo completamente haver uma decepção quanto à performance de Fora de Série em sua estreia. Eu também estou. No entanto, você terá dificuldades em me convencer a não ficar feliz com uma grande produção estrelada por pessoas não-brancas indo acima das expectativas na bilheteria doméstica, mas, especialmente, na internacional".
A polêmica não parou por aí, alguns outros profissionais da área ainda apontaram o estúdio Annapurna Pictures como culpado pelo fracasso de Fora de Série na bilheteria. Isso tudo porque para os críticos da indústria, não houve um investimento de marketing à altura deste lançamento. É sabido, ainda, que algumas das últimas produções da distribuidora foram abaixo do esperado na bilheteria, mesmo sendo títulos que também haviam gerado altas expectativas do público, sendo, inclusive, indicados ao Oscar, caso de E Se A Rua Beale Falasse (Sony) e Vice (Imagem Filmes). Na ocasião, a imprensa estrangeira também julgou como principal razão do fracasso, a falta de estratégia em marketing da empresa.
No entanto, outros cineastas que lançaram filmes independentes pelo estúdio, afirmaram nas redes que a visibilidade de Fora de Série tem sido muito maior do que a que tiveram com seus longas. Olivia Wilde foi às redes defender o Annapurna: “Um lançamento destes para um filme pequeno é uma grande aposta. Eu tenho que agradecer por ter a oportunidade de estar nos cinemas com o meu primeiro filme”, comentou. Agora, a produção espera contar com a publicidade boca a boca de quem está indo ver a história. Quanto a isso a cineasta vem contando com um bom time para ajudá-la: Taylor Swift, Ryan Reynolds, Natalie Portman e outras diversas celebridades foram às redes recomendar o filme.
A imprensa ainda aponta outro fator contra o longa de Olivia Wilde: além de ser um filme independente, ele não conta com um elenco muito conhecido do grande público, o que não ajudaria o filme a atrair espectadores. A produção chega aos cinemas brasileiros no dia 13 de junho.
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