27 Março 2019 | Renata Vomero
Laís Bodanzky assume oficialmente a presidência da Spcine
Cerimônia de posse foi realizada nesta terça-feira (26) no centro de São Paulo
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A notícia de que Laís Bodanzky assumiria a Spcine como diretora-presidente chegou ao público no final em fevereiro. Desde então a cineasta responsável por aclamados filmes como Bicho de Sete Cabeças (Columbia Pictures), Chega de Saudade (Disney), As Melhores Coisas do Mundo (Warner) e Como Nossos Pais (Imovision), começou a se inteirar sobre as iniciativas da empresa para poder encontrar o melhor caminho para contribuir com ela. Na tarde desta terça-feira (26) a companhia pública convidou a imprensa e profissionais do setor para prestigiarem a posse da realizadora em uma cerimônia apresentada pela atriz e cineasta Vanessa Oliveira na Praça das Artes, centro de São Paulo (SP).
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O convite para encabeçar a companhia veio de Alê Youssef, Secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo. O gestor subiu ao palco para apresentar Bodanzky e fez discurso emocionado em favor da descriminalização da cultura. “Nesse momento a cultura está tão marginalizada, tão atacada. O objetivo da gente é se levantar diante dos absurdos da clara falta de prioridade a ela. A melhor maneira de permanecer altivo é fazendo coisas boas, belas e fortes e fazer isso passa pela proposição de uma equipe plural e representativa”, antes de chamar Laís ao palco para discusar, Youssef ainda declarou: “Este é um projeto que resiste aos ataques, mas aponta para um futuro novo, diverso e que une as diversas tendências e partidos. Porque o nosso partido é o da Cultura, por isso estamos aqui”.
Bodanzky subiu ao palco sob chuva de aplausos dos convidados e iniciou seu discurso deixando claro o quanto está aberta e decidida a defender e abarcar todo o setor do audiovisual. “Muito obrigada por estarem todos aqui para a gente se ver, se reconhecer. E para saber que não é tão fácil nos desmontar. Porque o que foi construído até aqui é muito consistente e é baseado em resultados, números e economia. Tenho muito orgulho de representar o setor e fazer parte dele. Agora mais do que nunca.”
A cineasta contou sobre seu processo de aceitação para essa função e admitiu seu receio em prejudicar seu trabalho. Ela está, inclusive, prestes a lançar o longa Pedro, que conta parte da vida de Dom Pedro I, vivido por Cauã Reymond. “Fiz o exercício do não e fiquei pensando: ‘se eu disser não, como vou acordar amanhã?’; e eu falei: ‘Vou acordar péssima’. Por isso eu disse sim, disse sim porque eu posso contribuir para esse momento que estamos vivendo no audiovisual na cidade de São Paulo e no País. Mas eu também disse porque senti em você essa escuta, a sensação de que não vou estar falando com a parede. Acho que posso fazer essa ponte do setor com o poder público da cidade através da sua maneira de trabalhar”, comentou Bodanzky direcionando o discurso a Alê Youssef.
A gestora revelou que parte dos seus planos nessa gestão está em fazer as pessoas conhecerem o trabalho da Spcine, que é pouco divulgado. Além disso, ela anunciou que reativará o Conselho Consultivo, que tem participação de profissionais do setor, para poder fortalecer o diálogo com todo mundo que faz parte deste mercado. Bodanzky também ressaltou a importância de ter um Observatório com dados e informações para a criação de boas políticas públicas. A cineasta finalizou seu discurso exaltando o trabalho de seu antecessor Maurício Andrade Ramos, que logo foi chamado ao palco, de onde também foi ovacionado. Ali ele comentou os trabalhos da Spcine, que conta com o Circuito Spcine, editais de fomento à criação cinematográfica na cidade, o São Paulo Film Comission, que faz a assistência para que as produções tenham a cidade como locação, o streaming Spcine Play e diversos eventos realizados. A empresa foi fundada em 2015 na gestão de Fernando Haddad e já levou 1 milhão de pessoas aos cinemas nas periferias da cidade, gerou 57,2 mil empregos e apoiou mais de 250 projetos cinematográficos.
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