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23 Janeiro 2019 | Renata Vomero

Elo Company lança filme nacional de ficção científica

Diretor de "A Pedra da Serpente" comenta processo de criação e produção do longa nacional

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(Foto: Elo Company)

O novo drama de ficção científica e terror brasileiro, A Pedra da Serpente (Elo Company), conta a história de Joana (Claudia Campolina), uma mulher que, após perder seu bebê nos últimos meses de gestação, tira férias em Peruíbe (SP) para tentar se tranquilizar frente aos recentes ocorridos em sua vida. No litoral paulista, ela conhece um homem misterioso que muda sua vida e se depara com o mistério do desaparecimento de um jovem da cidade, que suspeitam ter sido abduzido. O longa aborda questões pertinentes de nossa sociedade, como a maternidade, o feminino e o papel da mulher no mundo e também o lugar do homem em meio a tudo isso. “Uma coisa bem forte no filme é a questão da paternidade. No entanto, a gente falou basicamente da relação da mulher com a sociedade, que faz uma pressão para ela ser mãe, mas ao mesmo tempo trabalhar, ser bem-sucedida e fazer outras coisas. Ela perdeu um bebê e a gente nunca explica exatamente como que foi isso, mas ela sofre com essa culpa, a gente acredita que tudo o que acontece na história tem a ver com essa perda e na cabeça dela ‘ter falhado como mulher’”, comenta o diretor e roteirista Fernando Sanches.

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Uma das peculiaridades do longa é ter como temática a ufologia, uma discussão muito presente em Peruíbe, onde existe uma forte comunidade ufológica. A escolha do local, no entanto, se deu por conta de uma experiência que Fernando teve quando pequeno na cidade, onde ele afirma ter visto um objeto não identificado no céu. A partir desta situação, surgiu, então, a ideia de criar o longa, mas mantendo a questão da ufologia apenas como pano de fundo para os temas que o diretor queria abordar. “Não entrei muito fundo no assunto, porque é um tema meio delicado e ele se mistura um pouco com religião também. Tem dois caminhos, assim, isso eu vi bem nítido na convenção que eu fui em Peruíbe. Há pessoas que veem a parte científica, porque realmente é impossível só ter vida no planeta Terra, com um universo gigantesco. E aí há as pessoas que têm uma visão mais religiosa, que essas vidas vão vir aqui para salvar o planeta”, revela o diretor.

O longa transita entre o drama, a fantasia e o terror, gênero que ainda sofre preconceito no Brasil e passa por resistência por parte do público e até mesmo de exibidores e distribuidores, mas, para Sanches, essa realidade está mudando. “O terror sempre foi o gênero marginal, mas está sempre presente. Estamos em um grande momento do cinema fantástico, no mundo mesmo. A Forma da Água (Fox) ganhou o Oscar, Corra! (Universal) também levou o prêmio por roteiro original. Teve A Bruxa (Universal), Hereditário (Diamond), Um Lugar Silencioso (Paramount), que foi bem premiado. O filme mais visto da Netflix foi o Bird Box, então, estamos em um grande momento do cinema fantástico e de terror. Nunca tive muita pretensão de distribuir esse filme, porque foi feito muito artesanal. É um filme pequeno e muito particular, então, não é um filme que vai atrair o grande público, esse nunca foi o objetivo e nem é para ser. É muito nichado e muito pequenininho, então, a Elo me deu um modelo muito bom para distribuir e depois entrar em VOD".

A Pedra da Serpente faz parte do Projeta às 7, parceria entre a Elo e a Cinemark para exibir filme nacionais de segunda a sexta na faixa das 19h. Com estreia marcada para 14 de fevereiro, o longa já foi exibido no Fantaspoa 2018, maior festival de cinema fantástico da América Latina.

A produção ficou por conta da Sinestesia Filmes e da Fantaspoa Produções, que ofereceu a Fernando o tempo de um ano para fazer o longa. “Foi um aprendizado, a limitação gera uma estética, tinha que fazer tudo naquele tempo, não podia me dar muito luxo. Acabei usando muito da criatividade, tentando fazer o máximo possível com pouco dinheiro”.  O filme foi rodado em oito dias, divididos entre as filmagens em Peruíbe e São Paulo. O pouco tempo acabou dando maior liberdade de improvisação aos atores, o que trouxe mais naturalidade às atuações, como explica Sanches: “Os atores ficaram muito a fim de fazer, dei muita liberdade de criação para eles e tudo o que veio de fora foi bem-vindo. Deixei a porta aberta para o acaso, deixando espaço para o que pudesse acontecer e pronto para absorver isso. Acabou tendo muito improviso, tanto é que os diálogos parecem ser bem naturais por causa disso. Era mais desprendido mesmo. Tinha muita cena para fazer por dia, então, a gente tinha que correr e deixar mais solto. Os atores adoraram. Para a Claudia, a protagonista, foi um grande desafio porque ela tinha que fazer muita cena diferente no mesmo dia, com muita emoção diferente”.

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