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10 Janeiro 2019 | Renata Vomero

Itália e Alemanha preocupam mercado cinematográfico europeu

Bilheteria alemã caiu em 16% e Itália teve seu pior faturamento da história

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(Foto: Creative Commons )

A arrecadação da bilheteria alemã caiu 16% em 2018, tendo faturado US$ 965 milhões. O movimento também é acompanhado por uma queda de 15,5% na venda de ingressos. Os dados foram fornecidos nesta quarta-feira pela Comscore.

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Apesar de 2017 ter apresentado um crescimento de 5,9% na receita em 2017, este declínio mostra-se preocupante para exibidores e distribuidoras, pois 2016 já apontou uma queda de 17,1%.

Se tratando de participação de mercado, os filmes alemães tiveram uma performance relativamente boa em 2018, com 22,9% de market share, se mantendo igual ao ano retrasado, sendo Jim Button and Luke the Engine Driver (ainda sem título em português), a produção alemã de maior sucesso, que faturou US$13.6 milhões.   

Os filmes de maior bilheteria foram Vingadores: Guerra Infinita (Disney), com arrecadação de US$43,4 milhões; Animais Fantásticos: Os crimes de Grindelwald (Warner Bros.), com US$40,5 milhões e Jurassic World: Reino Ameaçado (Universal), que fez US$29,7 milhões.

A preocupação quanto aos números não tão animadores vem de encontro à tendência do alemão de consumir mais conteúdo em casa. Relatório divulgado pela Futuresource Consulting estima que o mercado de home entertainment cresceu 6% no último ano, tendo faturado $10,3 bilhões. Os favoritos do público por lá são a Netflix e Amazon Prime, que abocanham um quarto do mercado e devem dobrar o rendimento até 2019. 

Tanto a TV por assinatura, que segue fazendo sucesso no país, quanto os serviços on demand, foram impulsionados pelos lançamentos de Smart TVs de alta qualidade. Tendo destaque a Netflix, que já é assistida via Smart TV por quase metade dos alemães.

Europa

No entanto, não só a Alemanha sentiu dificuldade nos cinemas, a Itália está passando por um momento difícil, tendo o pior faturamento da década: US$ 633 milhões, 200 milhões a menos do que em 2010. A crise no cinema já acendeu o alerta no Ministério da Cultura italiano, que deve criar estratégias para amenizar esse movimento em 2019.

A França e a Espanha tiveram uma pequena diminuição nos números em 2018, mas ela não parece ser preocupante, já que os analistas responsabilizam as altas ondas de calor e a Copa do Mundo pela ausência do público no cinema.

Os franceses, em particular, sentiram uma queda de 4,3% do público, com 201 milhões de ingressos vendidos. A bilheteria do país ficou em torno de US$1,5 bilhão. O filme mais assistido pelas franceses foi Os incríveis 2 (Disney), que faturou US$ 44,5 milhões, como já foi retratado pelo Portal Exibidor.

O cinema nacional francês saiu ganhando nessa brincadeira, vendendo 77 milhões de ingressos. Estes números retratam um aumento de 1% em relação a 2017 e seu público representa 39,3% da cota anual, valor mais alto desde 2014.

O Reino Unido permaneceu praticamente igual a 2017, tendo faturado apenas 1% a menos em relação ao ano anterior. Ainda assim, 2018 deve entrar na lista dos 50 melhores anos em venda ingressos na região.

Em entrevista ao Hollywood Reporter, Laura Houlgatte, representante europeia da associação de cinemas UNIC (The International Union of Cinemas) comentou: “É um cenário bastante diverso, não tem um fator único impactando cada território da mesma maneira. O verão forte parece ter afetado a bilheteria na Alemanha, que afastou as pessoas das salas de cinema, mas também parece ter ajudado na Espanha, fazendo as pessoas irem às exibições com ar-condicionado.”

O filme que mais arrecadou bilheteria no ano foi Vingadores: Guerra Infinita (Disney), que esteve no topo de faturamento no Reino Unido, França e Alemanha, mas ficou em quarto lugar na Espanha, sendo superado por Bohemian Rhapsody (FOX), Os incríveis 2 (Disney) e Jurassic World: Reino Ameaçado (Universal). Na Itália, o filme ficou em segundo lugar, perdendo para a cinebiografia de Freddie Mercury. 

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