28 Novembro 2018 | Fernanda Mendes
ANCINE e exibidores se pronunciam sobre suspensão da taxa de ocupação de blockbusters
Tribunal Regional anunciou suspensão do atual modelo da cota suplementar (IN 117)
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O Tribunal Regional da 3ª Região anunciou a suspensão do atual modelo da cota suplementar (IN 117) que limita em 30% o número de salas de cinema que podem exibir o mesmo filme.
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Em declaração ao Portal Exibidor, a ANCINE se posicionou da seguinte forma: “A agência esclarece que irá recorrer da decisão para que sejam mantidas as estratégias de política pública do setor sempre em respeito aos postulados constitucionais e legais”.
A decisão publicada pelo TRF, após liminar do desembargador Johonsom di Salvo, diz que “os megalançamentos não poderão dominar a programação, e serão exibidos em uma quantidade máxima de salas, cujo número é estipulado de acordo com o total de salas de cada cinema”.
Di Salvo foi favorável a uma apelação do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas de São Paulo, que ingressou na Justiça contra a medida implementada pela ANCINE. Procurado pelo Portal Exibidor, Paulo Lui, presidente do SEECESP não quis se pronunciar.
“Como se vê, a chamada cota de tela assegura uma reserva de mercado para o produto nacional diante da maciça presença do produto estrangeiro nas salas de cinema, dando ensejo a um escoamento mínimo da produção brasileira, cuja qualidade, note-se, é bastante irregular”, comentou di Salvo.
Gilberto Leal, exibidor carioca, falou com o Portal Exibidor sobre o assunto. “Quem determina o número de salas que o filme vai entrar não é o exibidor, é o público que quer consumir. Se todo mundo quer consumir ‘Aquaman’ você não vai colocar o filme só em uma sala, pois se o seu cliente vai ao complexo e não encontra o produto disponível dificilmente ele vai querer assistir a outro filme”.
Leal ainda lembrou do último lançamento da Fox Film, Bohemian Rhapsody. Longa que estreou em um número médio de salas, mas na segunda semana ampliou seu circuito. “Isso aconteceu porque teve uma demanda alta”.
Sobre o espaço para as produções brasileiras: “O blockbuster também abre espaço para as outros filmes, porque lá vai ter o trailer de um filme nacional, então é uma vitrine”.
A ANCINE também estipula a Cota de Tela, que se renova a cada ano. No início de outubro a agência se encontrou com representantes do mercado de exibição para estabelecer um novo modelo de cota para 2019. O modelo mais votado propõe cota de tela por sessão e por grupo exibidor com mínimo de sessões por complexo sem transferência. Além disso, o modelo também coloca que a divulgação das médias das salas deve ser realizada sem a Regra da Dobra e que deve haver incentivo de mais de 20% para sessões depois das 17hs.
No próximo encontro da ANCINE com os players do mercado – que deve acontecer em breve - será apresentado de forma mais detalhada este modelo e, só depois, seguirá para a Oitiva.
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