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19 Novembro 2018 | Roberto Sadovski

Morre o roteirista vencedor do Oscar, William Goldman

Responsável pelo texto de clássicos como Butch Cassidy e Todos os Homens do Presidente tinha 87 anos

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(Foto: Joe Kohen/WireImage)

William Goldman, um dos roteiristas mais sensacionais de Hollywood, está morto. A causa da morte foram complicações de câncer no cólon e pneumonia. Ele estava em sua casa, em Manhattan. Autor de romances, peças e roteiros, Goldman nasceu em Chicago em 1932. Ele começou a escrever depois de um curso de escrita criativa na faculdade. Seu primeiro livro, The Temple of Gold, foi resultado de menos de três semanas de trabalho. Foi onde ele começou a dividir as funções de novelista e dramaturgo.

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O cinema surgiu em sua vida em 1963, quando seu livro Quanto Vale um Homem foi adaptado para o filme com Steve McQueen e Jackie Gleason. Dois anos depois, ele escreveu o roteiro de Masquerade, com Cliff Robertson, e não parou mais. Em 1970 ele ganhou seu primeiro Oscar, por Butch Cassidy, repetindo o feito em 1977 com Todos os Homens do Presidente. Em sua carreira, Goldman assinou filmes, baseados ou não em seus livros, como Maratona da Morte, Uma Ponte Longe Demais e Encurralado em Las Vegas.

Goldman costumava dizer que só escrevia sobre assuntos que ele pudesse explicar – e daí surgiu sua notória aversão a emprestar seu lápis a grandes espetáculos com efeitos especiais, preferindo histórias mais humanas. Curiosamente, era fã de histórias em quadrinhos, e lamentou recusas a oportunidade de criar o roteiro de Superman, que Richard Donner filmou em 1978. 

Além de atuar como roteirista (ele nunca quis dirigir), Goldman também se notabilizou nos bastidores, como script doctor para diversos filmes, como em Gênio Indomável, que rendeu um Oscar de melhor roteiro para Matt Damon e Ben Affleck – Goldman diz que sua contribuição foi convencer a dupla a retirar um subplot sobre o FBI do filme.

Decidido a não se mudar para Los Angeles, ele permaneceu em Nova York. A distância da indústria lhe deu espaço para escrever sobre as agruras de trabalhar em Hollywood – em especial com diretores, com os quais ele geralmente entrava em conflito. Um de seus livros mais famosos foi Adventures in the Screen Trade, que lhe rendeu sua citação mais famosa. “Ninguém sabe de nada”, disse sobre a indústria do cinema. “Ninguém em todo esse vasto campo do cinema sabe com certeza o que pode funcionar. É sempre um palpite e, com sorte, um palpite melhor informado.”

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