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07 Novembro 2018 | Roberto Sadovski

Mickey 90 anos: Ícone pop que iniciou um império

Exposições de arte, eventos em parques temáticos e um especial de TV são destaques de uma festa que celebra o poder do marketing

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(Foto: Disney)

Mickey Mouse não foi o primeiro personagem criado por Walt Disney. A honra coube a Oswald, o Coelho, vendido para o Universal Studios. Walt voltou à prancheta e rascunhou o camundongo Mickey, de orelhas redondas e calças vermelhas, que fez sua estreia para o público no curta Steamboat Willie, lançado em 18 de novembro de 1928. Em nove décadas, o personagem experimentou mudanças, retratou diferentes gerações e chega perto de um século como embaixador global da empresa. Seu aniversário significa que as engrenagens de marketing da Disney continuam a funcionar a pleno vapor para que ele consolide sua posição como ícone pop máximo.

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A comemoração principal aconteceu sábado (3), quando a rede ABC, parte do império Disney, exibiu um especial de duas horas para lembrar o quanto Mickey faz parte da vida de todos nós. Nem precisava. Como lembra o crítico de cinema e historiador Leonard Maltin, é impressionante como um personagem criado há 90 anos continua onipresente na sociedade. “Ele é reconhecível em todo o mundo por gente de todas as idades”, disse. “É impossível escapar de sua imagem, de brinquedos a roupas, até seu uso como símbolo da Disney. A palavra ‘ícone’ é usada bastante, mas ele é um ícone verdadeiro.”

A Walt Disney Company é, hoje, um verdadeiro império. Maior conglomerado de mídia do planeta, a empresa de US$ 168 bilhões tem seu toque em filmes, TV, parques temáticos, além de ser dona de marcas poderosas como a Pixar, a Marvel, a LucasFilm – e prestes a adquirir a Fox. Sinônimo de “entretenimento familiar”, a Disney tornou-se parte da rotina de milhões de famílias em todo o mundo, que contam com a marca quando o assunto é diversão saudável. Quando o próprio Walt Disney apresentou o primeiro episódio da série de TV Disneyland, em outubro de 1954, ele foi claro em seu recado ao público: “Espero que a gente nunca esqueça de uma coisa, que tudo começou com um rato”.

Talvez o maior momento de Mickey no cinema, e sua consagração na tela grande, tenha sido no longa Fantasia, obra-prima de Walt Disney lançada em 1940.  Hoje, Mickey Mouse já tem mais de 130 filmes, entre longas e curtas, no “currículo”, inclusive com várias indicações ao Oscar e uma estatueta, concedida ao curta Lend a Paw, de 1942.

Os desafios em manter o personagem relevante são imensos. Com a popularização das mídias digitais, a oferta de novos programas e personagens aumentou exponencialmente, fazendo com que a atenção seja diluída em outros heróis infantis. Mas os 90 anos do Mickey significam também a atenção de meia dúzia de gerações, fazendo com que seu perfil não seja consumido apenas por crianças: adultos são um público tão importante quanto as crianças, com a diferença que tem bolso mais fundo para gastar. Certamente a coleção do estilista Marc Jacobs inspirada em Mickey não tem como alvo um público ainda com dentes de leite – no Brasil, a marca Água de Coco encerrou a última edição da SPFW com um desfile inspirado nas curvas e cores do personagem.

A celebração chega a seu ápice em Nova York com a mostra Mickey: The True Original Exhibition, que começa amanhã, 8 de novembro, e segue até 10 de fevereiro de 2019. O evento é uma experiência interativa com trabalhos originais de dezesseis artistas contemporâneos, cada um reinterpretando o personagem icônico à sua maneira.

Em cinco anos, vale lembrar, seus direitos passarão a ser de domínio público – isso se os legisladores americanos não mexerem mais uma vez nas leis, como já fizeram antes, para garantir os direitos da Disney.

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