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28 Setembro 2018 | Roberto Sadovski

Amazon se reestrutura para entrar no negócio dos blockbusters

Recepção fraca ao drama “A Vida em Si” causou mudança de foco nos planos para o cinema da empresa

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(Foto: Amazon)

A Amazon Studios está se reposicionando no mercado com planos de competir de igual para igual com as majors. Jennifer Salke, presidente da companhia, promoveu a executiva Julie Rapaport para supervisionar a produção de longas para o cinema, ao lado de Ted Hope e Matt Newman. A missão de Rapaport é clara: a Amazon, que tem se especializado em filmes modestos no circuito de arte, agora quer grandes sucessos.

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A movimentação dentro da empresa vinha de julho, quando Jason Hopell, responsável pelas produções do estúdio, desligou-se da empresa depois de um ano atribulado que seguiu a demissão de Roy Price, predecessor de Salke que caiu ante acusações de assédio sexual. A nova presidente passou meses arrumando a casa, diminuindo o investimento em aquisição de títulos em grandes festivais e revendo a estratégia para sua marca nos cinemas.

A Vida em Si foi a válvula que impulsionou a empresa a implementar as mudanças. O filme de Dan Fogelman, adquirido por US$ 10 milhões em um leilão e chegou aos cinemas em 21 de setembro com uma bilheteria de apenas US$ 2,1 milhões. Nos dias seguintes, Salke tratou de amenizar o impacto em sua equipe mas deixou clara a prerrogativa de Jeff Bezon, CEO da Amazon: precisamos de sucessos.

A contratação de Julie Rapaport é a primeira medida. Seu trabalho é encontrar filmes de maior apelo comercial, que tenham maior conexão com a plateia, deixando as produções de arte nas mãos de Ted Hope. Ele foi o responsável por supervisionar a produção de Manchester à Beira-Mar, que chegou forte no Oscar e faturou US$ 79 milhões em todo o mundo, com um orçamento de US$ 9 milhões. Mas um filme não consegue compensar o mal desempenho de outros – a Amazon também viu resultados negativos em lançamentos como Gringo, Don't Worry, He Won't Get Far on Foot e Roda Gigante, de Woody Allen.

A ideia é encontrar equilíbrio, mantendo o prestígio, mas trazendo público. A refilmagem do clássico de terror Suspiria, nas mãos do italiano Luca Guadagnini, pode ser um ponto de partida.

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