10 Setembro 2018 | Janaína Pereira, de Veneza
Venice Production Bridge se firma como braço de negócios do Festival de Veneza
Evento é voltado para as produções do audiovisual e tem atraído muitos profissionais do setor
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A Venice Production Bridge (VPB) vem ganhando cada vez mais espaço dentro do Festival de Veneza. Se o Festival de Cannes tem no evento Mercado do Filme uma de suas maiores forças, Veneza procura se diferenciar, estimulando o networking para todos os profissionais envolvidos na produção, mas não apenas no cinema, e sim em todo o setor audiovisual. A terceira edição do evento aconteceu paralelamente ao 75º Festival de Veneza, entre 29 de agosto e 8 de setembro.
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Se em 2017 a VPB contou com 2.000 profissionais credenciados, este ano foram 2.470 representantes do setor. Estiveram presentes executivos das principais distribuidoras, incluindo as duas maiores plataformas de streaming (Netflix e Amazon). O Brasil, bastante atuante no evento de mercado em Cannes, ainda não descobriu a Venice Production Bridge, onde sua participação é mínima.
Pascal Diot, diretor responsável pela Venice Production Bridge, fez um balanço da edição deste ano. “Oferecemos aos produtores uma possibilidade única de atender às múltiplas categorias de financiamentos. Distribuidores, agentes de vendas, bancos, fundos de investimentos privados e públicos, regiões e comissões de filmes, emissoras e plataformas de Internet estiveram presentes e ajudaram a consolidar o evento”, disse em entrevista ao Portal Exibidor.
Entre os setores mais procurados da VPB estava o Mercado de Financiamento que, pela primeira vez, recebeu projetos de Realidade Virtual. Vale lembrar que o Festival de Veneza é o único no mundo a ter uma mostra exclusiva para este meio cinematográfico.
Financiamento para todos
A Venice Production Bridge também procura estimular o cinema em regiões que apresentam maior dificuldade de produzir filmes. Para isso, foi realizado um workshop com um número limitado de cortes brutos de qualidade provenientes de todos os países africanos, e ainda Iraque, Jordânia, Palestina, Síria e Líbano, dando a oportunidade aos produtores e cineastas destes países de encontrar o financiamento de pós-produção por meio de parceiros e participantes do evento.
Também participaram da VPB 20 editores internacionais com propostas de direitos de adaptação de suas obras. Outro destaque foi o European Film Forum, voltado para a coprodução de filmes com a Europa, e que este ano contou com uma parceria com o Festival de San Sebastian.
De acordo com Pascal Diot, o diferencial da Venice Production Bridge está na forma como o evento lida com o mercado de produção de filmes. “Como a maioria dos longas que estreiam no Festival de Veneza já estão pré-vendidos em praticamente todos os lugares do mundo, os executivos que vem aqui compram e vendem projetos em desenvolvimento. Com isso, temos muitos produtores europeus e internacionais que vem até nós para garantir a parcela final de financiamento para seus projetos”.
Diot fez questão de ressaltar que a VPB tem como foco todo e qualquer meio de fazer cinema, por isso as plataformas de streaming – que foram banidas do Festival de Cannes - são bem-vindas. “Abrimos todas as portas, para todos os profissionais, então tanto quem está do lado da produção, como o executivo que distribui filmes, tem espaço garantido na Venice Production Bridge”, finalizou.
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