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16 Agosto 2018 | Roberto Sadovski

Imax fecha dois centros de realidade virtual; futuro do formato é incerto

Experiencia foi concebida para atrair público mais jovem aos cinemas

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(Foto: IMAX)

Filmes em realidade virtual já foram anunciados como o próximo passo evolutivo para a experiência de ir ao cinema. A realidade em si, entretanto, mostra que o interesse do público não acompanhou a iniciativa. A primeira grande empresa a investir no formato foi a Imax, que inaugurou centros de realidade virtual – ou RV – ano passado em quatro cidades-chave: Los Angeles, Nova York, Shanghai e Toronto. Um ano depois, dois destes centros em Nova York encerraram suas atividades em junho, com o de Shanghai fechando as portas mês passado.

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O problema, como aponta a Variety, é a conta que não fecha. “A reação do público foi extremamente positiva, mas os números não apareceram”, diz o presidente da Imax, Richard Gelfond, em reunião com os acionistas. “Apenas um dos sete centros abertos em 2017 atingiu as expectativas da empresa.” É verdade que o programa foi lançado em caráter experimental, como apontou o diretor de novos negócios da Imax, Rob Lister, ao inaugurar o espaço em Los Angeles em janeiro do ano passado: “Queremos que isso seja uma experiência de verdade”.

A experiência de exibir filmes em RV nos cinemas ainda precisa de ajustes. A começar pela aparelhagem – os óculos e o sistema de som individual – que não diferem do que o consumidor já tem disponível em casa, nos consoles de vídeo games. Segundo, faltam títulos de impacto que possam, além de aproveitar os recursos do formato, ter o tipo de apelo que leva as pessoas ao cinema. Em outras palavras, não existem blockbusters em RV, e nem filmes que justifiquem o preço mais alto por aproximadamente 10 minutos de experiência.

A Imax entrou no jogo sabendo que teria de alcançar público além dos gamers mais dedicados, e designou um investimento de US$ 50 milhões, em parceria com a CAA, a China Media Capital e o Raine Group para coproduzir material para os centros. O investimento, porém, estacionou em US$ 4 milhões injetados em um único título, uma aventura em RV da Liga da Justiça. Lançado em novembro do ano passado, a produção já estava disponível para equipamentos caseiros duas semanas depois.

Embora ainda exista investimento considerável para popularizar a realidade virtual como complemento à experiência do cinema, falta surgir um título que justifique a adição do formato às salas de exibição. Porque atrações para o Imax tradicional não faltam. A empresa anunciou recentemente que vai exibir os vinte filmes da Marvel para celebrar 10 anos do estúdio, além de já ter na fila candidatos a blockbuster como A Freira, Venom e Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald.

Festival de Veneza

Uma outra notícia do mundo de RV foi divulgada ontem (15). Darren Aronofsky, diretor do longa Mãe!, anunciou que exibirá a última parte de sua trilogia chamada Spheres no Festival de Veneza.

O conteúdo, que conta com a narração da atriz Millie Bobby Brown, terá première exclusiva no evento, apesar de não ser considerado um filme. A primeira parte da série em realidade virtual teve estreia no Festival de Sundance e a segunda parte foi finalista do Emmy em 2018.

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