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30 Julho 2018 | Fernanda Mendes

Exibidores italianos se revoltam contra Festival de Veneza

O evento permitirá a entrada de filmes que serão exibidos simultaneamente na Netflix

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Edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza (Foto: EPA/ETTORE )

Previsto para começar em 29 de agosto, o Festival Internacional de Cinema de Veneza já está causando polêmica no mercado exibidor italiano. Com a recente notícia de que o evento receberá filmes da Netflix, diversas associações de exibidores da Itália emitiram uma declaração conjunta criticando o presidente do festival, Alberto Barbera, e as pequenas janelas para exibição online de filmes.

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No comunicado, as associações dizem que “contestam as iniciativas que permitem o lançamento simultâneo de alguns filmes nos cinemas e em outras mídias”. Neste ano o festival receberá um total de seis filmes da plataforma de streaming.

Segundo o Deadline ainda é uma incógnita quais serão as datas de lançamentos desses filmes, mas o que impulsionou a revolta dos exibidores foi a produção italiana On My Skin que participará da mostra Horizontes no festival e terá data de lançamento nacional pela Lucky Red (empresa italiana) no mesmo dia em que estreará mundialmente na Netflix.

O presidente do festival contou à Variety que estava satisfeito com o fato da Lucky Red, que lidera a associação de distribuidores na Itália, negociar um acordo com a Netflix, permitindo que o filme fosse também exibido nos cinemas italianos. No entanto, Barbera disse que não cabe a ele se envolver em questões de distribuição.

Na opinião do setor de exibição, Veneza está permitindo que o mercado enfraqueça, ainda mais com os desafios estruturais como a pirataria, “Esta é uma questão muito delicada que deve ser tratada de acordo com todos os operadores da cadeia, especialmente em um período de grave crise na exibição devido a problemas estruturais do mercado”. O comunicado ainda diz que a exibição irá “se opor a essa proposta por qualquer meio necessário se a questão de encurtar as janelas for desconsiderada sem a aprovação do cinema italiano”.

Uma situação similar aconteceu no ano passado durante o Festival de Cannes, mas ao contrário da França, na Itália não há uma lei que proíba o encurtamento das janelas de exibição.

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