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19 Junho 2018 | Fernanda Mendes

Festival de Annecy termina com homenagem ao Brasil e participação histórica latino-americana

Dois conteúdos brasileiros ganharam prêmio

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Apresentação dos prêmios do evento (Foto: Festival de Annecy 2018)

O Festival Internacional de Animação de Annecy, que premia os melhores conteúdos do gênero, foi realizado entre os dias 11 e 16 de junho em Annecy, na França. O evento, aliás, teve uma participação histórica da América Latina com o Brasil como país homenageado e três dos dez filmes que concorriam ao prêmio Cristal eram latino-americanos. Foram eles: A Casa Lobo, do Chile; Virus Tropical, da Colômbia; e Tito e os Pássaros, do Brasil. Inclusive, o longa chileno não levou o prêmio, mas ganhou a Menção do Júri. O brasileiro teve estreia mundial durante o evento.

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Quem levou a melhor na seção Cristal foi a coprodução entre França e Camboja, Funan, dirigido por Denis Do. O prêmio do Público foi para A Ganha-Pão, uma parceria entre Canadá, Irlanda e Luxemburgo. O evento teve número histórico de participantes, um recorde de 11.700 visitantes.

A participação latino-americana não parou por aí. El Angél em El Reloj, do México, também teve exibições, mas fora da mostra competitiva. Ainda, um terço dos participantes da seção Perspectivas era latino-americano, incluindo os mexicanos Cielo e V. El Artificio; o chileno Waldo’s Dream; o colombiano Mariposas; o dominicano Heart Roat; o argentino Gummy Gas Crisis; a coprodução entre Brasil e Uruguai Almofada de Penas e o Alemão-Mexicano 32-Rbit.

Participação brasileira

Homenageado da 42ª edição do festival, o Brasil ganhou uma exposição patrocinada pelo Ministério da Cultura chamada Quadro a Quadro – 100 anos da Animação Brasileira, que incluiu mostras especiais, palestras, painéis e lançamento de um livro de crítica, além da seleção oficial de oito obras entre curtas, séries de TV, filmes publicitários e um longa-metragem. Posteriormente, a versão ampliada da exposição percorrerá cinco cidades brasileiras.

A homenagem vai de encontro aos 100 anos da exibição do filme O Kaiser, feito por Seth (pseudônimo do cartunista Álvaro Marins), que foi o primeiro filme brasileiro de animação da história. A Apex-Brasil ainda desenvolveu uma campanha de comunicação para o evento para comemorar os 100 anos da animação no Brasil. "O saldo da participação brasileira em Annecy neste ano foi muito positivo. A presença no festival contribuiu para fortalecer nossa imagem e criar novas conexões, o que certamente trará avanços na inserção internacional do setor", afirma a diretora de Negócios da entidade, Márcia Nejaim.

Dois conteúdos do Brasil ganharam prêmios durante o evento. O curta Garoto Transcodificado a Partir de Fosfeno, de Rodrigo Faustini, levou a melhor na categoria Off-Limits. Já Leica- Everything in Black and White, de Mateus de Paula Santos, foi o ganhador na categoria de filmes produzidos para TV. O longa Mil Beijos, dirigido por Richard Goldgewitch, também teve exibição na mostra paralela Tudo Bom. A animação brasileira levou cinco anos para ser produzida.

Dentre a delegação de instituições brasileiras que estavam por lá, destaque para BNDES, o Ministério da Cultura, a ANCINE e a Apex. A delegação ficou em um espaço de 45m² chamado de Be Brasil

Já o diretor-presidente da ANCINE, Christian de Castro se reuniu com diversas organizações para debater a atualização de coproduções para animação tanto no cinema como em outras mídias. As reuniões incluíram debates com a Canada Media Fund, Telefilme Canada e a CNC – Centre National du Cinéma et de l’image Animée, da França. Além disso, Castro também participou de uma sessão exclusiva sobre o País, o Territory Focus

Os brasileiros também marcaram presença entre os jurados do festival. Estavam Alê de Abreu, diretor da animação O Menino e O Mundo, e Lucas Salgado, editor do portal de notícias AdoroCinema.

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