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26 Abril 2018 | Juliane Albuquerque

Um panorama sobre o cinema independente

O seminário “The Independent and Specialty Market: Stronger than Ever” trouxe o debate mercadológico do cinema independente para o evento

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(Foto: Portal Exibidor)

Um seminário bastante aguardado na CinemaCon deste ano aconteceu na quinta-feira, o The Independent and Specialty Market: Stronger than Ever. Isso porque o mercado de filmes independentes tem crescido cada vez mais, com bons resultados de público e crítica. Em 2017, filmes menores, independentes e especiais representaram quase US$ 1 bilhão nas bilheterias norte-americanas com filmes como O Destino de uma NaçãoDoentes de Amor, Três Anúncios Para um Crime, Eu, Tonya, Me Chame pelo seu Nome e Lady Bird: A Hora de Voar, por exemplo.

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O debate levantou algumas questões como o que é necessário para comercializar com sucesso um título de filme mais especializado e independente. Para mediar o seminário, foi convidado Gordon Paddison, CEO e presidente da Stradella Road, e como palestrantes: Lisa Bunnel, presidente de distribuição da Focus Features; Tom Prassis, VP de vendas da Sony Pictures Classics; Tom Quinn, CEO da NEON; e Frank Rodrigues, VP geral de vendas da Fox Searchlight Pictures.

Todos concordaram com a importância do crescimento deste nicho de filmes no mercado e que eles merecem um tratamento diferenciado de promoção, divulgação e exibição. Tom Prassis, da Sony, disse que, para este tipo de filme, a divulgação em mídia social é essencial porque é mais direcionada, além de ser possível analisar este espectador e então oferecer mais do que ele quer ver. Lisa Bunnel, da Focus, destacou o fato que os exibidores devem trabalhar em conjunto com os estúdios, em um planejamento para ter melhores resultados. Frank Rodrigues, da Fox, disse que o segredo é fazer filmes realmente bons, com conteúdo relevante para que o espectador veja a propaganda nas mídias sociais e realmente tenham vontade de ir até o cinema.

“É fácil atrair pessoas para irem ao cinema assistir ‘Vingadores’, por exemplo. Mas filmes independentes precisam de um trabalho mais específico de propaganda”, disse Tom Prassis. Lisa disse que com O Destino de Uma Nação a Focus conseguiu a renda de 60 milhões de dólares, o que para eles foi algo grande. Mas ressaltou que: “Para lançar filmes de arte, você realmente tem que dar um suporte a ele, envolvendo pessoas e diversas áreas do mercado”.

Distribuição Internacional e Millennials

Quanto ao fato dos filmes não ficarem muito tempo em cartaz nos demais países, os convidados falaram que nem sempre os estúdios estão envolvidos diretamente neste processo. Na Focus, por exemplo, é a Universal que fica responsável pela distribuição internacional de seus filmes. Frank Rodrigues, da Fox, disse que estão estudando para ampliar o tempo em alguns locais, afinal a América Latina em geral é um ótimo mercado para eles neste nicho de filmes.

O moderador levantou o fato que a geração dos Millennials costuma adorar filmes independentes para saber a opinião dos palestrantes, que concordaram com a informação. Tom Quinn, da NEON, disse que eles pesquisam muito o universo de interesse dessa geração.

“Fomos a festivais de música para captar a experiência dos millennials, ver e entender melhor o que eles procuram e gostam. Tem muitos influenciadores que são dessa geração”, disse. Já Frank contou que a equipe da Fox fica um bom tempo vasculhando algumas redes sociais para observar essa geração e ter ideias para novas produções.

Lisa acredita também no caminho inverso, de que esses filmes também podem ser um ótimo jeito de educar as pessoas a gostar deste estilo de cinema e que ter bons diretores, antenados no universo atual, é bem importante também.

MoviePass e outras mídias

Frank Rodrigues e Lisa Bunnel concordaram que ambos têm ressalvas quanto ao MoviePass, mas que essa pode ser uma ferramenta interessante porque leva as pessoas aos cinemas e que essa experiência social de ir a uma sala de cinema com amigos e família segue sendo especial. Lisa ainda afirmou que é uma entusiasta do futuro do mercado cinematográfico. “Eu não tenho medo da Netflix e Amazon. Os diretores e estúdios querem continuar fazendo o que fazem. Eu e a Focus queremos seguir produzindo filmes que fazem as pessoas pensarem. Eu sou otimista, acredito que há espaço para todos”, afirmou.

Tom Quinn acredita que se tiverem bons produtos, bons filmes, as pessoas seguirão indo ao cinema. Frank finalizou falando da importância do trabalho em conjunto de estúdios, distribuidores e exibidores. “Precisamos trabalhar junto com os cinemas, para que invistam em inovação, para termos ótimos cinemas de estrutura boa e, assim, seguirmos contando boas histórias em nossos filmes. Podemos sim ser otimistas, temos essa paixão por filmes que precisam ser vistos no cinema. É um evento cultural de comunhão”, afirmou o executivo da Fox.

Confira a cobertura completa do último dia da CinemaCon

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