23 Abril 2018 | Vanessa Vieira, de Las Vegas
"Janela de lançamento é essencial para a exibição", diz presidente da Global Cinema Federation
Executivo é também CEO da Cinépolis e convidou todos os exibidores da CinemaCon a se unirem à entidade
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Tendo seu lançamento oficial em 2017, a Global Cinema Federation (Federação Global de Cinema, em tradução livre) agora quer convidar os exibidores a fazerem parte da entidade. Uma maneira de fazer isso é participar de grandes eventos do mercado como a CinemaCon, que neste ano foi palco para um debate liderado por Alejandro Ramírez Magaña, presidente da entidade e CEO da Cinépolis, que participou via conferência.
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Vale lembrar que, além da CinemaCon 2018, que termina na quinta (26), a federação pretende participar também da CineEurope e da CineAsia neste ano. A ideia é convidar os exibidores a se unirem à organização, cuja inscrição é gratuita.
A apresentação fez parte da programação do Dia Internacional nesta segunda-feira (23), quando o executivo comentou os desafios que ele acredita serem mais relevantes ao mercado exibidor mundial. Um dos principais desafios são as janelas de lançamento, que garantem exclusividade de exibição para o cinema por um determinado período de tempo. “Eu realmente acredito que é importante que mantemos a janela do cinema, se você reduz a janela, tira a vontade dos espectadores de ir para o cinema para ver antes o filme. Isso é uma das questões mais relevantes que estamos enfrentando enquanto mercado”, comentou.
Porém, Ramírez defendeu que esse é um exemplo de dificuldade que não pode mais ser enfrentada de maneira individual pelas empresas exibidoras. É pela força, poder e relevância que o setor recebe ao se unir em entidades como a federação que o executivo acredita que seja tão importante para os exibidores fazerem parte da Global Cinema Federation.
Os trabalhos da organização, inclusive, já incluem o setor de produção cinematográfica, com direito a reuniões com grandes nomes da cinematografia como Steven Spielberg. Ramírez disse ter se surpreendido com o quanto esses diretores se mostraram apaixonados pela experiência cinematográfica. Assim, acredita que a eliminação da janela seria prejudicial também para os cineastas, já que eles planejam e gravam filmes já pensando na telona e não em uma televisão ou celular. Para ele, a mudança ou extinção da janela de lançamento seria ruim tanto para esses criadores quanto para o setor como um todo, com impactos na bilheteria.
Outros temas que são tratados pela entidade incluem legislação, acessibilidade, avaliação das novas tecnologias que chegam ao setor, relação com estúdios, combate à pirataria por meio do uso de marcas d`água e outras soluções, entre outros. Quanto às associações locais (ou nacionais) de cada país, Ramírez explicou que não é do interesse da federação trabalhar contra elas, mas sim servir como apoio e complemento a essas organizações locais. Aliás, o presidente da entidade comemorou que, no Brasil, ela conseguiu apoiar os exibidores a pelo menos adiar em um ano a adoção obrigatória de soluções de acessibilidade de conteúdo, dando tempo para o segmento tentar baratear a tecnologia necessária.
Um ponto de atenção em relação ao impacto da política mundial na exibição segundo o executivo, seria as recentes quebras de acordos internacionais de comércio como o Acordo Transpacífico. “Para uma empresa global como nós da Cinépolis, que importamos e exportamos o tempo todo, o fim desses acordos tem grande impacto no negócio”.
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