09 Abril 2018 | Roberto Cunha, do Rio de Janeiro

Marvel quer garantir longevidade dos produtos às novas gerações, disse executivo durante o Rio2C

Vice-presidente sênior de animação e entretenimento Familiar, Cort Lane, apresentou ainda novos projetos

A última quarta-feira, 4, no Rio de Janeiro, foi dia de Rio2C, evento realizado entre 3 e 8 de abril, reunindo profissionais do audiovisual, da música e de inovação para muitas apresentações, troca de ideias e, principalmente, rodadas de negócios. O Portal Exibidor esteve lá e traz algumas informações, como a apresentação da Marvel feita pelo vice-presidente sênior de animação e entretenimento Familiar, Cort Lane.

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Marvel e o foco nas crianças

Em sua apresentação Negócio do Universo Marvel, Lane não poderia ter sido mais claro: o objetivo é conquistar a molecada e garantir a longevidade dos produtos da empresa por gerações. 

Famosa pela legião de fãs, muitos já adultos, conquistados com seus personagens clássicos, Lane apresentou os novos projetos como as animações Marvel Super Hero Adventures, destinada aos pequeninos, e Marvel Rising, mirando nas meninas ali na casa dos 7 a 11 anos. Ele mostrou clipes dessas produções, alertando que o material estava inacabado e que trouxera apenas para ilustrar a apresentação. Brincou, inclusive, ao pedir para ninguém filmar o que estava sendo mostrado.

O executivo afirmou que o caso da Marvel Rising é uma resposta à demanda de que as meninas querem histórias para elas, que não sejam necessariamente super-heroínas o tempo todo. A preocupação da companhia em atingir novas audiências é grande, eles fazem uso de grupos de discussão e a intenção é estar em vários tipos de plataformas, trabalhar formatos distintos e priorizando a questão da diversidade e inclusão. Muito atentos às mudanças nos hábitos de consumo, destacou que os micro-episódios online de Marvel Super Hero Adventures, por exemplo, serão disponibilizados vários de uma vez.  

O sucesso de Pantera Negra foi comentado e ele revelou não ter sido fácil convencer todo o público interno. Falou que existia uma noção do potencial da obra, mas não a dimensão que poderia tomar e, para a alegria dos fãs, avisou que já existe uma série animada em desenvolvimento e que a equipe está preparada para expandir se necessário. 

Sobre a longevidade do Homem-Aranha e seu apelo junto ao público, Lane ressaltou o lado humano do personagem com seus problemas, sucessos e derrotas e o quanto isso provoca essa conexão. O executivo reforçou que as características de um personagem são importantes e que para cada um existe uma estratégia diferente. "Pessoas reais é o que importa", disse ele. Quanto ao Quarteto Fantástico, que ficou sob o domínio da Fox por anos e retornou para a casa recentemente, ele contou que ainda existem questões legais envolvidas, mas que tudo irá se resolver.

A Marvel e os “Coroas”

Durante a coletiva de imprensa, Lane foi questionado se o segmento animação poderia abranger o público mais velho, leia-se os fãs “mais velhos”, e a resposta não foi das mais animadoras, pois a ideia é mesmo produzir conteúdo para a garotada e formar um novo público. "A gente acha que já está coberto", citando que já existem filmes espetaculares atendendo essa demanda. Ele falou novamente da inclusão e salientou que a personagem muçulmana Kamala Khan ganhará muito espaço.

Sobre as reuniões para tratar de personagens, histórias etc., ele foi questionado se a intuição que sempre norteou a criação de Stan Lee não foi perdida com tantas preocupações. Lane tangenciou e disse que eles ainda trabalham muito com Lee e que isso é ótimo. Reforçou que o criador bate na tecla de que o importante é a história que será contada e que ela, se necessário, pode ser adaptada. Disse que ainda seguem muito a intuição sobre o que dará certo e revelou que em Marvel Rising foram colocados dezenas de personagens para que meninas escolhessem e que isso não significa que a essência se perdeu.  Sobre a questão comercial ditar o lado criativo da companhia, comentou que existe conversa com a indústria de brinquedos, claro, mas que a história ainda é o que importa. E citou como exemplo um pedido para o Hulk usar um bumerangue. "Eu falei que não", concluiu.