22 Novembro 2017 | Fernanda Mendes

Spcine Play promete ser "a mais poderosa janela de distribuição do cinema brasileiro"

Em evento para a imprensa, executivos da Spcine, O2 e Hacklab falaram sobre a ferramenta

A nova plataforma de vídeo sob demanda do mercado brasileiro, a Spcine Play, foi apresentada à imprensa nesta terça-feira, dia 21, em um evento na sede da Spcine. Em fase de testes, a ferramenta é uma iniciativa público-privada entre a Spcine, a O2 Play e o laboratório de soluções digitais Hacklab.

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Com 10 filmes no catálogo, a prioridade é a exibição de longas-metragens, de preferência produções paulistanas. Além disso, pretendem atingir como público-alvo os cinéfilos e frequentadores de festivais, com a oferta de R$ 3,90 por título para o aluguel de uma semana. Para um futuro próximo, já pensam em ampliar o catálogo para séries e curtas, além de promoções ainda mais acessíveis com o preço de R$ 1,90.

Abrindo a apresentação, o secretário de cultura de São Paulo, André Sturm, falou sobre esse novo passo da Spcine, empresa de desenvolvimento do audiovisual da Prefeitura de São Paulo. “Começamos há dois anos, mas com uma atuação mais espaçada. Agora, queremos fechar mais e transformar a Spcine em uma agência”, contou.

A longo prazo, o político ainda contou que pretende estimular lançamentos criativos por meio da plataforma, como a exibição de uma produção nos cinemas de São Paulo e, simultaneamente, em VOD nos outros Estados.

Parceria O2 Play

Há quatro anos no mercado, a O2 Filmes, sempre investiu em novas janelas de distribuição e uma delas, o VOD, é a principal diretriz da companhia. “Fincamos o pé no VOD, queremos fortalecer o cinema brasileiro e acredito que esta ferramenta será a mais poderosa janela de distribuição do cinema brasileiro”, contou Paulo Morelli, diretor da O2.

Igor Kupstas, diretor-executivo, ainda reforçou que a ideia é se aproximar de novos produtores e parceiros para o desenvolvimento da plataforma.

Funcionamento da Spcine Play

Com navegação fácil e já conhecida pelo público, uma novidade é que cada título conta com tags que expressam o sentimento daquele filme, não é só uma tag de gênero. Por exemplo, o longa Para Todos, documentário sobre o cotidiano de alguns dos atletas paralímpicos brasileiros, possui as tags “emocionante” e “filme para ver com o lencinho”.

Além do acesso ilimitado a um catálogo diversificado, a plataforma também agrega a tecnologia como um braço prestador de serviço para os espectadores. Com a tecnologia peer-to-peer (P2P), os usuários ajudarão uns aos outros a assistirem os títulos por meio de uma distribuição compartilhada de conteúdo. “Combina com a ideia de rede para que os filmes circulem. Mas tudo isso, sem deixar a nossa preocupação com a segurança”, contou Renato Nery, diretor-executivo da Spcine.

Com um sistema de TVOD (Transactional VOD), em que para ter acesso aos filmes é necessário um pagamento, a ideia é que consigam patrocinadores para um esquema de AVOD, onde alguns filmes serão exibidos de graça com a propaganda do patrocinador antes.

A divulgação da Spcine Play fica por conta de ações em eventos e no próprio circuito da Spcine, além da distribuição de códigos promocionais. Uma das parcerias, que já está em negociação, é com o AdoroCinema, onde haverá críticas dos títulos, compartilhamento e uma ponte com o usuário.

Produtores

Marcelo Mesquita, diretor do documentário Para Todos, também esteve presente no evento e salientou a importância da plataforma para os produtores. Para ele, há uma grande concorrência entre os serviços de streaming e os filmes menores não conseguem disputar a audiência.

“É um preço acessível não só para o público, mas também para o produtor colocar o filme na plataforma. Você tem uma casa e pode trabalhar o seu marketing. O produtor quer ser visto e na Spcine Play você consegue isso de uma maneira que não consegue em nenhum outro lugar”, afirmou.

Com lançamento nesta quinta-feira, dia 23, a plataforma está apta para os navegadores Firefox e Google Chrome.