25 Outubro 2017 | Vanessa Vieira
Nova produtora nacional valoriza diálogo com exibidores e foco na janela cinema
Oficialmente divulgada ao mercado neste ano, a Escarlate já conta com 13 projetos de longas-metragens para os próximos anos
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O setor audiovisual neste ano recebeu uma nova produtora, a Escarlate Conteúdo Audiovisual e Experiências Criativas, que, apesar de já existir anteriormente, agora chega oficialmente ao mercado brasileiro. A empresa é o resultado da parceria entre o agora Ministro da Cultural, Sérgio Sá Leitão, e Joana Henning, que atua há mais de 15 anos no audiovisual. Sá Leitão, no entanto, saiu da produtora para evitar conflitos éticos devido a seu atual cargo junto ao Governo, abrindo, assim, a porta para a entrada de dois novos sócios: Melissa Donatti e Marcos André Pinto.
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Em entrevista ao Portal Exibidor, Joana destacou a proposta de gestão diferenciada da empresa, com foco personalizado para cada projeto, bem como a valorização do diálogo já iniciado com os agentes do mercado de cinema. “Um diálogo permanente com o mercado a fim de construir projetos que tenham viabilidade e sustentabilidade e que atendam a uma demanda em tempo real”, comentou.
Criação da produtora
Segundo Joana, a Escarlate é também uma fusão da sua produtora de eventos, Isso Produções Artísticas, com o foco ampliado para a produção de conteúdos para cinema, televisão e trasmídia. As ideias para a criação da empresa começaram em 2015, em conversas com Sá Leitão após sua saída da RioFilme.
O foco da companhia hoje é a gestão de capital intelectual, por meio do recebimento de conteúdos externos, criação própria ou parcerias de coprodução com outras empresas do setor. Tudo sem esquecer o viés comercial necessário para fazer o negócio cinema girar.
Para ela, é importante que a produtora ajude a “construir oportunidades de projetos que se desenvolvam de acordo com a demanda de oferta e procura do consumidor, de acordo com o movimento do mercado e com a necessidade específica que cada conteúdo demanda”.
Cinema na mira
Dentre as janelas às quais a Escarlate atende, a executiva garante que o cinema recebe mais atenção. De acordo com Joana, a cartela da empresa voltada ao audiovisual é composta com 90% dos projetos voltados para a telona. Para alinhar a companhia ao mercado cinematográfica, a aposta é no diálogo com as distribuidoras e, claro, com os exibidores. “Temos em construção uma parceria com a ABRAPLEX de fomento de ideias relacionadas à cota de telas”, exemplificou.
Para Joana, a conduta que a Escarlate prioriza é a do diálogo contínuo, com os setores de produção, distribuição e exibição conectados. “Somos todos pontas de um mesmo objetivo. O cinema brasileiro está crescendo apesar de toda a crise e de todos os percalços que temos como burocracia e baixa bilheteria nacional”. Ela acredita que, quanto mais houver diálogo, mais o setor conseguirá se desenvolver enquanto indústria.
Com seis projetos em pré-produção e sete em fase de desenvolvimento, a executiva destacou a comédia De Perto Ela Não é Normal, baseada em uma peça de Susana Pires que já levou mais de 500 mil espectadores aos teatros nos últimos 10 anos. A atriz e autora também atuará no filme, que tem previsão de estreia para a metade de 2018 com distribuição da H2O Films.
Entre os demais longas estão O Sequestro do Voo 375, filme baseado em história real que terá distribuição da Paris Filmes; Quem Matou Celso Daniel, que, apesar de ter inspiração em fatos, será uma produção policial ficcional; e Pó, Lápis e Borracha, um drama que promete trazer um elenco forte para abordar contradições envolvendo educação, periferia e tráfico de drogas. Esses três lançamentos devem estrear entre 2019 e 2021.
Saída de Sá Leitão e os novos sócios
Para tocar todo esse trabalho ao seu lado, Joana hoje conta com os novos sócios Melissa Donatti e Marcos André Pinto.
Melissa ficou como a responsável por gestão de qualidade, compliance e administração executiva dos projetos da Escarlate. A executiva utilizará sua experiência na Valle-SA, onde atuou por mais de 15 anos na gestão de controle e monitoramente de projetos. Já o jornalista André Pinto, que tem mais de 30 anos de experiência em comunicação e marketing, cuida da análise e construção de conteúdo da produtora, avaliando materiais externos e criando argumentos para projetos próprios da empresa, entre outras funções.
Joana, então, passa a atuar mais na articulação e deliberação dos projetos. “A entrada deles foi fundamental para construirmos essa harmonia entre as funções da empresa. A ideia da Escarlate é ter uma ampla gama de projetos, mas com um núcleo reduzido para não sermos uma empresa inchada”, explicou.
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