06 Outubro 2017 | Fernanda Mendes

"Comédia é comédia", afirma Danilo Gentili sobre conteúdo politicamente 'incorreto' de seu novo filme

“Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” tem distribuição da Downtown/Paris

Danilo Gentili, apresentador, comediante e ator, é uma figura que costuma dividir opiniões e gerar polêmica. O filme baseado em seu livro homônimo, Como Se Tornar O Pior Aluno da Escola, não poderia ser diferente. Com um conteúdo politicamente incorreto e transgressor, a produção chega para se diferenciar entre os lançamentos nos cinemas.

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Para conversar com a imprensa sobre o filme que estreia no Dia das Crianças (12/10), o elenco e diretor se reuniram em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, dia 5. “Fizemos o longa baseado em coisas que gostamos de assistir e colocamos tudo no roteiro que a gente gosta, como explosões, perseguições e luta”, contou o diretor Fabricio Bittar.

Uma comédia do começo ao fim, o filme traz um apelo bastante jovem. Aliás, Bittar tem experiência com este universo já que trabalhou por anos no canal de televisão MTV. A ideia, então, era realizar um filme para adolescentes com diversas referências dos anos 80. “É um filme de moleque para moleque. Mas não no sentido de idade, e sim de um espírito jovem”.

“Para um velho de 81 anos esse filme está ameno, porque na nossa época de adolescente a gente era muito mais feliz e louco”, brincou Moacyr Franco, que também participa do filme.

Outra participação importante no lançamento é a do ator mexicano Carlos Villagrán, que ficou mundialmente conhecido pelo seu personagem Quico na série Chaves. No filme, ele interpreta o rígido diretor da escola, Adhemar, o que, segundo ele, foi a coisa mais diferente de toda a sua carreira. “Fiquei muito contente. É a primeira vez que realizo algo no Brasil. Após fazer um personagem por toda a minha vida, foi um salto muito grande interpretar um diretor”. Aliás, a participação do ator também é motivo de orgulho para toda a produção que não deixou de ressaltar a admiração pelo artista.

Conteúdo

Um dos assuntos mais questionados durante a coletiva foi sobre o conteúdo repleto de palavrões e cenas politicamente incorretas. Gentili explicou que não pensaram em nenhum momento em cortar cenas ou filtrar o conteúdo. “Eu com sete anos de idade assistia ‘Porky's’ e ‘Rambo’ e me divertia. Prefiro não subestimar ninguém, as pessoas vão entender que é um filme. Comédia é comédia”, disse.

Com classificação indicativa para 14 anos, o longa é ambientado na escola e questiona o sistema de ensino e as regras impostas pela sociedade. Moacyr Franco, aliás, não poupou elogios à produção. “É um furacão ‘Danilo’. É quase irresponsável, mas vai mexer com a educação, é uma contribuição benéfica”.

Villagrán também ressaltou a singularidade do filme. “Estou muito orgulhoso. É um filme completo, com início, meio e fim. Fora a edição que me deixou impressionado”.

Em entrevista ao Portal Exibidor, Gabriel Gurman, diretor de marketing da Paris Filmes, também ressaltou a importância do posicionamento deste lançamento. “Acho que o filme precisa ter uma identidade e ser o que é. Se entregarmos um filme do Danilo Gentili baseado no livro e não entregar o que o público dele espera, vai ser um tiro no pé”.

Marketing

Com campanha de marketing bastante expressiva, o filme espera chegar a 350 salas de cinema inicialmente. Na mesma linha do filme, a divulgação da Downtown/Paris também carrega um conteúdo transgressor e diferente até mesmo para as companhias.

Presente nas redes sociais, sites e mídias externas, a campanha envolve um concurso de competição onde alunos devem enviar fotos com os melhores desenhos em carteiras de sala de aula. Ainda, Danilo também está visitando instituições de ensino que postam fotos com a #minhaescolatemospioresalunos. “São detalhes, mas que fazem sentido para essa comunicação. Dá essa identidade. Esse filme proporciona muito isso nas campanhas”, contou Gurman.

Além disso, nos complexos cinematográficos, a campanha está sendo “agressiva”. Com estreia em pleno feriado de Dia das Crianças, a ideia é atrair o público dos shoppings. Durante a Expocine, inclusive, apresentaram na íntegra o longa ao público. 

“A Paris tem essa característica de apoiar conteúdos diferentes. Dessa forma acabamos sendo pioneiros quando a coisa dá certo”, afirmou.

Se realmente “der certo”, Danilo já prepara a trilogia, que terá as sequências Como se Tornar o Pior Aluno da Faculdade e Como Se Tornar o Pior Funcionário do Trabalho. “Já temos o argumento para o segundo filme pronto e o roteiro bastante desenvolvido”, revelou.

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