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25 Setembro 2017 | Natalí Alencar

Diretores italianos promovem "O Fantasma da Sicília" e comentam mercado cinematográfico

Pandora lança o filme em 28 de setembro. Confira entrevista do Portal Exibidor com os cineastas

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(Foto: Portal Exibidor)

Os diretores Fabio Grassadonia e Antonio Piazza vieram ao Brasil em setembro para apresentar O Fantasma da Sicília durante a 8 ½ Festa do Cinema Italiano. Oficialmente, o longa estreia em circuito nacional em 28 de setembro com distribuição da Pandora Filmes.

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O longa foi o primeiro da história do cinema italiano a abrir a Semana da Crítica no Festival de Cannes, na edição deste ano.

A passagem dos cineastas pelo Brasil fez parte da estratégia de pré-estreia da produção em oito cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife) entre 31 de agosto e 06 de setembro, o que, segundo os diretores serviu de termômetro para o lançamento oficial.

Em entrevista especial ao Portal Exibidor, os diretores comentaram a expectativa em relação ao filme, a parceria com a Pandora para lançamento no Brasil como o primeiro território fora do mercado doméstico e os desafios da exibição no mercado italiano.

No filme, o adolescente Giuseppe desaparece de uma pequena vila próxima à floresta. Sua amiga Luna recusa-se a aceitar seu misterioso desaparecimento e tenta encontrá-lo por meio de um portal para o mundo sombrio que o tragou. Uma história verdadeira envolvendo um sequestro cometido pela máfia siciliana, porém, contada como se fosse uma fábula gótica.

Esta é a segunda passagem dos diretores por território nacional. A primeira foi para promover Salvo, em exibição feita no Rio de Janeiro.

“Ficamos emocionados com o acolhimento do público brasileiro e com a média da idade do espectador que por aqui é muito jovem. Na Itália o público que frequenta os cinemas é mais velho e por aqui notamos o oposto e isso já causou uma imagem positiva”, disse Antonio.

Para eles, o filme é uma história dolorosa, triste e o público precisa de tempo para pensar, refletir e digerir. O foco é o público jovem, com o qual o longa dialoga de igual para igual.

Por enquanto a trajetória de lançamento do filme inclui a Itália (onde já fez a temporada de verão e segue até a primavera com exibições especiais para escolas), o Brasil (primeiro território estrangeiro), a França (fevereiro/18), a China (setembro/18) e a Inglaterra (março/18). No total, mais de 20 países estão previstos para exibir o longa.

 

Produção e exibição na Itália

O mercado cinematográfico na Itália coincide em muitos aspectos com o brasileiro.

“Nos últimos anos saíram muitos bons filmes italianos, que são bem-vindos e vistos nos Festivais, como nosso filme, e muitos deles são vendidos para o exterior”, comenta Antonio.

No entanto, para eles, a distribuição de filmes não só na Itália, mas no mundo, enfrenta dificuldades, já que cada vez mais as pessoas frequentam menos os cinemas, além da produção de filmes ser maior do que a quantidade de salas para exibí-los.

O mercado italiano tem cerca de 170 cinemas e o filme foi exibido em 50.

“Nos últimos anos, o cinema italiano não foi dos melhores, nós perdemos muita credibilidade, mas depois do Matteo Garrone e do Paolo Sorrentino, além de outros jovens diretores, o cinema italiano tem reconquistado espaço, estamos recuperando essa credibilidade, devagar”, comemorou Fábio ao citar que o cinema italiano agora volta a passar por um bom momento.

Outra questão mencionada foi que, fora os blokbusters americanos, a maioria dos países compra poucos filmes estrangeiros. O último filme brasileiro que eles viram na Itália, por exemplo, foi Aquarius.

 

Parceria entre os diretores

Os diretores Fabio Grassadonia e Antonio Piazza trabalharam como roteiristas, consultores de desenvolvimento e aquisição para grandes produtoras italianas, como Fandango e Filmauro. Em 2009 eles estrearam na direção com o curta-metragem Rita, protagonizado por uma garota cega no papel-título. Salvo, longa dirigido pela dupla, foi selecionado para o Berlinale Talent Campus, e ainda ganhou o prêmio Solinas, concedido pelo Júri, o mais importante prêmio de roteiro italiano, além do Grande Prêmio Nespresso e o Prêmio Revelação da Semana da Crítica no Festival de Cannes 2013. Ambos os filmes tiveram locações em Palermo. O Fantasma da Sicília é o segundo longa que eles realizam.

 

Baseado em fatos reais

O filme e o roteiro de O Fantasma da Sicília é baseado em fatos reais e foi adaptado do conto "Un Cavaliere Bianco", do livro "Non Saremo Confusi per Sempre", de Marco Mancassola.

Em 23 de novembro de 1993, Giuseppe Di Matteo, filho do mafioso Santino Di Matteo, é sequestrado por integrantes da gangue Cosa Nostra para fazer com que o pai dele parasse de cooperar com as autoridades. Mas seu pai não obedece e Giuseppe passa 779 dias e noites nas mãos de raptores mafiosos. O desaparecimento do jovem, que chocou a opinião pública italiana nos anos 1990, é narrado no filme como se fosse uma fábula gótica, misturando diferentes gêneros cinematográficos, com fotografia assinada por Luca Bigazzi.

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