22 Setembro 2017 | Fernanda Mendes

Executiva da Mares destaca a luta pelo cinema independente e lineup voltado às mulheres

Sueli Tanaca, diretora comercial, conversou com o Portal Exibidor sobre a estratégia da companhia

O debate sobre o papel da mulher na sociedade e o empoderamento feminino está bastante evidente ultimamente. Alguns filmes já vieram este ano para esquentar o assunto como Mulher-Maravilha e Moana - Um Mar de Aventuras, por exemplo. E se depender da Mares Filmes, para o segundo semestre outros títulos prometem colocar o tema ainda mais em pauta.

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Em entrevista ao Portal Exibidor, Sueli Tanaca, diretora comercial da companhia, contou que preparam o lançamento de quatro produções, todas voltadas ao mundo feminino. Em 26 de outubro, Manifesto, protagonizado pela vencedora do Oscar Cate Blanchett chega às telonas interpretando diversos tipos de manifestos, aliás o longa terá exibição antes, durante o Festival do Rio que começa em 6 de outubro.

No gênero de comédia, Histórias de Amor que Não Pertencem a Este Mundo (15/11) já fez sucesso durante o 8 ½ Festa do Cinema Italiano em agosto e também terá uma sessão durante o Festival do Rio. O longa italiano aborda a crise dos 40 anos vivida por uma mulher. Segundo Sueli, para gerar um boca a boca farão uma pré-estreia duas semanas antes.

Em seguida, dois títulos que já estão na corrida para concorrer ao Oscar preenchem o calendário da distribuidora. O filme norueguês Thelma (30/11) aborda a religiosidade e paranormalidade de uma mulher mais jovem. A produção tem direção do aclamado Joachim Trier, vencedor de diversos prêmios ao redor do mundo e também indicado ao Oscar.

No último mês do ano, Mulheres Divinas vem com um debate muito atual. O longa que estreará no dia 14 fala de uma maneira leve sobre a luta das mulheres na Suíça para ganharem o direito do voto. O país foi o último território do mundo a conseguir este direito, em 1971.

“Na verdade, essas escolhas sobre filmes com mulheres não foram propositais. Mas é o assunto do momento. São super atuais e cada um deles vêm com uma característica diferente”, afirmou a executiva.

Aliás, o diferencial dos lançamentos é a passagem por festivais e o retorno da imprensa e crítica. “Isso é muito importante para o nosso público qualificado”.

Nesta quinta-feira, dia 21, por exemplo, foi a vez do lançamento de Rodin, em 29 salas. O longa que passou por Cannes e teve destaque no Festival Varilux, mostra a biografia do artista plástico famoso Auguste Rodin. Segundo Sueli, em um momento onde poucas produções fazem grandes bilheterias, esta é uma grande chance para o público entrar em contato com um filme de importância artística e cultural, além de um tema relevante para o momento. “Os exibidores estão apoiando muito o filme e abriram um espaço maior”, afirmou.

Ainda para 2017, a companhia prepara o lançamento de Rock’n Roll: Por Trás da Fama, em 5 de outubro, uma comédia francesa com Marion Cotillard.

Já para 2018, os destaques são Gauguin: Voyage de Tahiti que conta com Vincent Cassel no elenco, e Marvin, produção que passou pelos festivais de Toronto e Veneza.

A executiva conta que a credibilidade da empresa que já tem uma história de 10 anos auxilia bastante nas negociações com filmes de festivais. “Algumas aquisições são feitas durante os festivais, mas recebemos várias propostas mesmo não indo a esses eventos porque temos uma credibilidade no mercado, às vezes até nos oferecem o produto com prioridade”.

Em relação ao mercado exibidor, a distribuidora também não tem do que reclamar. Além dos cinemas com programação alternativa, os complexos mais comerciais também abrem as salas VIP para a exibição de seus conteúdos. “Lutamos diariamente pelo cinema independente. Precisamos do mercado exibidor para não perder o público para o VOD. Temos exatamente esse produto para o mercado”, finalizou.