Terminou na noite do último sábado, 26, a 45ª edição do tradicional Festival de Cinema de Gramado, o único que não interrompeu suas atividades desde a sua criação. Após receber seis cobiçados Kikitos de Ouro, entre eles o de Melhor Filme e Direção, Como Nossos Pais, de Laís Bodanszky, se consagrou como o grande vencedor da noite. A premiação marcou também a primeira exibição em território brasileiro do filme que estreia no próximo dia 31, distribuído pela Imovision. 

"Fico muito contente de o festival reconhecer a mulher na direção, um discurso feminino na tela, um filme que fala da mulher contemporânea. Fico muito orgulhosa de representar as mulheres do audiovisual", afirmou Laís Bodanzky.

O produtor Fábio Gullane também se mostrou emocionado com a reação positiva que o filme vem gerando tanto no Brasil como no mundo. "Que isso seja o indicativo de uma linda carreira de sucesso tanto aqui no País como no mercado internacional", ressalta o produtor Fabiano Gullane.

Outro título que também já tem distribuição garantida e se consagrou no evento é o drama As Duas Irenes. Estreia de Fabio Meira na direção, o longa faturou quatro prêmios, entre eles o de Melhor Roteiro e Melhor Filme pelo Júri da Crítica, e chega nos cinemas no dia 14 de setembro pela Vitrine. Cercado de polêmica por ser o primeiro filme brasileiro produzido pela Netflix, O Matador, de Marcelo Galvão, conquistou dois prêmios inéditos para a exibidora via streaming (Melhor Fotografia e Trilha Sonora) e isso deve acelerar o processo de estreia ainda em 2017. Misto de ficção e documentário, Bio foi dirigido pelo gaúcho Carlos Gerbase e mostrou sua força local ao garantir o prêmio de Melhor Filme (Voto Popular) e também o prêmio dos jurados de Melhor Desenho de Som.

Apesar da boa recepção do público e da imprensa, as coproduções com a Argentina presentes na competitiva nacional, Vergel e Pela Janela, foram totalmente ignoradas pelos jurados. Outra curiosidade da competição foi a provável dificuldade deles de eleger o ganhador nas categorias Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, o que beneficiou os vencedores. E a explicação é simples. Antenados com as questões do empoderamento feminino, os curadores miraram suas atenções em produções dirigidas ou protagonizadas por mulheres. Com isso, a presença masculina entre os protagonistas foi quase inexistente, tanto que atores coadjuvantes também foram indicados com principais.

Abaixo, você confere a lista completa dos premiados brasileiros.