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25 Agosto 2017 | Fernanda Mendes

Profissionais mostram maneiras para longas nacionais chegarem aos cinemas

Durante a MAX 2017, a Cineart Filmes e o cineasta Álvaro Campos falaram sobre suas experiências no cinema nacional

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Álvaro Campos fala sobre o longa "Altas Expectativas" (Foto: Flávio Tavares/Divulgação)

Com público de 30 milhões de pessoas em 2016, o cinema nacional ainda tem um longo percurso para conquistar maior espaço nas salas de exibição. No último dia da MAX – Minas Gerais Audiovisual, nesta sexta-feira, dia 25, a Cineart Filmes mostrou seus objetivos com apenas um ano de atuação no mercado.

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Thais Henriques, diretora, que também participou do painel sobre “Estratégias de Distribuição de Conteúdo” no primeiro dia do evento, contou que pretendem trabalhar cada vez mais perto do conteúdo. Tudo começou, na verdade, com idas à festivais, onde viam muitas produções de qualidade, mas que não chegavam às salas de cinema. “Percebemos que tinha bastante espaço, mas o mercado era bem concentrado. Dominado por uma ou duas distribuidoras”, afirmou.

Lucio Otoni, gerente geral da exibidora Cineart, ressaltou a importância da linha de cota de telas da ANCINE para que produtos nacionais cheguem até o cinema, mas acredita que ainda não é o suficiente, dado a pequena participação de market share dos filmes brasileiros. Assim, a Cineart Filmes quer também entender os gargalos nesse caminho, para ajudar o “brasileiro se ver na tela”.

A ideia é colocar outros gêneros do Brasil para circular no mercado, além da já tradicional comédia popular. E as sessões de pitching, da qual a empresa participa pela primeira vez no MAX, foram importantes neste sentido.

“Estamos aqui para apoiar o produtor, temos um cuidado especial com cada projeto, utilizando a sinergia da nossa expertise em exibição com distribuição”, afirmou Otoni.

Além disso, a Cineart Filmes anunciou que deve realizar coproduções em breve e levar o conteúdo brasileiro para o mercado internacional.

Lançamento

O filme brasileiro Altas Expectativas teve uma exibição exclusiva no Brasil durante o último dia do encontro mineiro. O longa é especial não só para a Vitrine Filmes, já que é seu primeiro filme de perfil comercial no mercado, mas também para Álvaro Campos, que já escreveu diversos roteiros para TV e agora estreia nas telonas.

Com lançamento marcado para 30 de novembro, a produção deve estrear antes internacionalmente no Festival de Montreal, no Canadá. Baseado no cotidiano real do humorista Gigante Léo, que nasceu com nanismo, o projeto levou dois anos para ser produzido pela 2 Moleques, e utilizou diversos recursos, entre financiamentos da ANCINE como o PRODECINE 2 e 4, além da parceria com a Globo Filmes e Telecine.

Por meio de um baixo orçamento, R$ 3,5 milhões, o filme será lançado em 100 salas e terá divulgação massiva nas plataformas online, além de comerciais na Rede Globo e Telecine. “Temos apenas R$ 300 mil para divulgação, por meio do PRODECINE 3, então estamos apostando na adesão orgânica do online e queremos multiplicar esse dinheiro de alguma forma”, contou Campos.

Com tanta concorrência, o profissional deu a dica para os cineastas em início de carreira: “Podem se especializar para falar com um público específico. É um caminho ótimo fazer um filme e capacitar as salas de Minas para passar o seu cinema regional”.

Websérie

Outros caminhos que alguns produtores encontram para veicular seus conteúdos são as plataformas online. Em entrevista exclusiva para o Portal Exibidor, Guto Aeraphe, CEO do canal Webseriados.tv e fundador do Minas WebFest, contou um pouco mais sobre o projeto. A mostra de conteúdos para plataformas online que aconteceu dentro da MAX também contou com uma premiação especial.

A iniciativa é inédita no Estado e já acontece em outras cidades do mundo, além do Rio de Janeiro, com o Rio WebFest. A ideia é mostrar que o formato de websérie é comercialmente viável. Com duração de 5 a 10 minutos, os conteúdos apresentam qualidade profissional.

O empreendedor explicou que o apreço pelo formato online surgiu em 2011 quando rodou um média-metragem chamado Heróis. “Não era um formato interessante para o cinema e nem para a TV, então me vi sem opção de veiculação”.

Agora com 16 filmes na mostra, Aeraphe acredita que há espaço para todos os formatos no mercado, “O VOD não vai matar o cinema. O cinema vai para um caminho mais de espetáculo. Esses tipos de filmes são uma experiencia individualizada”, reforçou.

Confira a cobertura completa do evento.

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