16 Junho 2017 | Vanessa Vieira

Consultoria considera atual janela de lançamento um “luxo” dispensável aos estúdios

Empresa norte-americana prevê perda no setor cinematográfico na ordem de milhões de dólares por conta de serviços premium de VOD

A consultoria MoffettNathanson LLC. divulgou na última segunda-feira (12) um estudo que avalia o mercado cinematográfico dos EUA e também tem foco nas exibidoras Regal Entertainment e Cinemark Holdings.

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Segundo o portal Deadline, Robert Fischman, executivo da MoffettNathanson, aponta que a atual janela de lançamento que garante exclusividade de exibição para os cinemas durante 90 dias é considerada frágil, um “luxo que os estúdios não podem mais sustentar”. Para ele, essas empresas devem começar a se frustrar na negociação de janelas com os cinemas, com destaque para três majors: Universal, Warner Bros. ou Fox, que podem demonstrar essa frustração de maneira mais rápida.

A consultoria ainda estimou uma perda anual de US$ 380 milhões para o mercado estadunidense de cinema com a introdução do conceito de serviços premium de vídeo sob demanda (PVOD, sigla em inglês), além de US$ 558 milhões que podem ser perdidos graças aos esforços da Netflix para produzir filmes.

A expectativa é que soluções de PVOD, que trazem lançamentos mais recentes ou até simultâneos em relação ao cinema, serão lançadas oficialmente no fim deste ano, mas os estúdios devem aderir totalmente ao formato por volta de 2018. Fischman alerta que pode resultar no boicote de alguns estúdios por parte dos exibidores. No entanto, ele explica que esse movimento não teria muita força porque seria impraticável para os cinemas manterem um boicote a muitas majors de Hollywood.

O executivo também aponta preocupação com os acionários das grandes exibidoras, no caso Cinemark e Regal, por prever que o valor unitário dos títulos dessas companhias deve ter uma queda constante nos próximos anos. Em 2016, segundo o analista, a primeira rede viu suas ações caírem 11% enquanto a segunda teve queda de 10,8%. Além disso, as ações da maior exibidora do mundo, a Wanda Cinema Line, caíram 22,7% só nos últimos três meses.

O “U.S. Theaters: Dual Threats Too Hard To Ignore; Downgrade CNK & RGC to Sell” (Cinemas dos EUA: Ameaças duplas muito difíceis para ignorar; Queda Cinemark e Regal para Venda, em tradução livre) pode ser visualizado por parceiros da consultoria no site oficial da MoffettNathanson LLC.