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09 Junho 2017 | Fernanda Mendes

Festival Olhar de Cinema tem lançamento de distribuidora curitibana

A Olhar Distribuição procura acordo com os filmes da mostra, além de longas fora do line-up do evento

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(Foto: Festival Olhar de Cinema)

A sexta edição do Festival Olhar de Cinema, que começou dia 7 e vai até 15 de junho, trouxe dentre suas oficinas, mostras e encontros, o lançamento de uma nova distribuidora curitibana, a Olhar Distribuição.

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A empresa foi fundada pelo produtor Argel Medeiros em parceria com Aly Muritiba, diretor de filmes como Para Minha Amada Morta e fundador do próprio festival. A ideia é que Muritiba seja a ponte entre a distribuidora e os realizadores dos filmes.

“O festival recebe todos os anos filmes que não conseguem distribuição no mercado nacional, então pensamos em unir o útil ao agradável”, afirma Medeiros.

A empresa não procura apenas longas dentro da mostra, também estão abertos para negociar a distribuição de produções fora do line up do festival. No catálogo, o fundador explica que procuram filmes de arte, tanto nacionais quanto estrangeiros.

A primeira estreia que preparam para o mercado é o documentário A Gente, do próprio Aly Muritiba. Até o momento o filme tem previsão para chegar em 10 salas nas principais capitais, no dia 24 de agosto, semana que “está com menos estreias nacionais”.

Trazendo o universo dos agentes carcerários como pano de fundo para a produção, a estratégia de divulgação será focada em nichos específicos como o diálogo com sindicatos de carcereiros e grupos que se interessem pelo tema.

“Documentário já tem uma restrição de público, as pessoas têm uma barreira e aí é onde estamos nos posicionando, para diminuir um pouco essa ideia de ser um formato chato”, afirmou.

Outro longa de Muritiba que será distribuído pela Olhar é O Ferrugem, com previsão para o início do ano que vem.

Descentralização

Apesar do primeiro lançamento da distribuidora estar previsto para estrear em grandes cidades como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), a empresa pretende levar este e outros longas para municípios menores. Segundo Medeiros, as redes sociais foram ferramentas que instigaram o desejo de incluir as cidades do interior no circuito de seus filmes.

“As redes sociais alcançam todo mundo e aí as cidades pequenas, que também recebem informações e têm interesse pelo filme, não conseguem assisti-los porque há uma dificuldade de levar essas produções para as salas comerciais”, lamenta.

O intuito é focar a divulgação dos longas em cada cidade, por meio de redes sociais, rádios e programas de TV regionais. Assim, mobilizar o público, se torna algo interessante tanto para a distribuidora quanto para as salas de cinema.

“Se formos trabalhar com anúncios de TV, fica algo muito amplo e a gente não conversa com quem tem interesse no filme”, explica.

Estrutura

Dando seus primeiros passos durante o Festival Olhar de Cinema, a distribuidora já vem sendo estruturada desde janeiro. Hoje conta com assessoria de imprensa, equipe de mídia social e de criação. Esta última área pretende fugir das “divulgações tradicionais, focadas só no material do filme”.

A ideia é diversificar o conteúdo para não saírem despercebidos.

“Estamos buscando conversar com o público por meio de um material mais diversificado, porque senão fica só o filme, os mesmos trailers e isso não é o bastante”, explica.

Importância

Com a criação do Festival há seis anos e a chegada da Faculdade de Artes do Paraná, Medeiros percebeu que há um volume significativo do interesse em cinema na região, assim como o crescimento da produção.

“É fundamental ter uma distribuidora daqui mesmo, para articular melhor. Se não tudo fica preso no eixo Rio-São Paulo”, afirma.

Mesmo em um cenário de crise política e econômica, o mercado brasileiro audiovisual está em crescente expansão, com o volume de produções e bilheterias de grande sucesso para blockbusters nacionais como Minha Mãe É Uma Peça 2. No entanto, diversos longas ainda não conseguem espaço para distribuição no mercado.

“Está sendo desafiante para mim que nunca tinha trabalhado neste setor. Vamos construindo a cada dia, entender esse mercado em expansão é de extrema importância”, finaliza.

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