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19 Novembro 2013 | Fábio Gomes;Natalí Alenca

Exibidor Entrevista: Igor Kupstas, diretor da O2 Play

Conversamos com a mais nova distribuidora do país

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Cena do filme "Cidade Filme", o primeiro da distribuidora (Foto: )

O Portal Exibidor bateu um papo exclusivo com Igor Kupstas, diretor da nova distribuidora do Brasil: a O2 Play. Novo braço da produtora O2, Kupstas explicou como nasceu a ideia, como será o relacionamento com os exibidores, de como pretende usar o VOD (Video On Demand), planos para o futuro e do primeiro lançamento em parceria com a Espaço Filmes, o documentário Cidade Cinza, que é lançado no dia 22 de novembro.

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“O primeiro contato com o filme foi com o crowdfunding (financiamento coletivo). Eu vi um vídeo do Marcelo e do Guilherme (diretores do longa) falando da experiência de ter um projeto pronto e não ter dinheiro para lança-lo. E eu vim de uma experiência anterior que tinha muito no seu DNA o crowdfunding. Então me interessa muito esse tipo de movimento”, afirmou Kupstas.

Para o próximo ano, a O2 Play tem planejado o lançamento de dois longas: Latitudes, de Felipe Braga, e Entre Nós, de Paulo Morelli (Um dos sócios da O2). Nestes dois filmes, Kupstas quer estreitar ainda mais sua relação com o exibidor.

“A nossa primeira experiência (Cidade Cinza) está sendo com essa parceria com a Espaço Filmes. É incrível trabalhar com o Adhemar de Oliveira, porque ele tem um case, entende muito de programação, de Mercado e é um exibidor de mão cheia também. Então nosso primeiro contato tem sido muito mais com ele e é ele que vai fazer a programação com outros exibidores. Mas a minha vontade com o Latitudes e com Entre Nós (que será lançado em parceria com a Paris Filmes) é de ir em reuniões de mais exibidores para apresentar o projeto, para ver o que eles pensam, para conversar.... Enfim, queremos ter o feedback deles e estender a relação. É algo que sei o quanto é importante”

Leia abaixo nossa entrevista completa com Igor Kupstas:

Como começou a O2 Play?

Primeiramente eu fui convidado por causa do meu envolvimento com o iTunes. Na Mobz eu fazia um serviço de agregador de conteúdo para a plataforma da Apple. Existe todo um processo de logística e gestão de direitos em relação a essas plataformas de VOD. Eu já tinha saído da Mobz e conhecia o diretor da Pós Produção da O2, que é o Paulo Barcellos, e ele queria fazer da O2 Pós uma encoding house. Fazer dela uma empresa capaz de trabalhar o lado técnico dos filmes e adaptá-los para que funcionem em plataformas de VOD. E lá eu conheci o Paulo Morelli, que tinha uma vontade de entrar em distribuição com a O2. Quando ele me conheceu, falou: ‘você vai casar as duas coisas aqui pra gente’. Então foi assim que nasceu. Com o VOD e com o cinema.

Como será a estratégia da O2 Play?

Uma das coisas que queremos é atuar com parcerias com produtoras e distribuidores. A gente quer aprender a conversar com o público, pois uma distribuidora faz a junção do produto e do filme com o consumidor. E via de regra uma produtora como a O2, assim como outras, têm uma distância desse mercado final. Só para você ter uma ideia: Quando comecei o trabalho com o VOD para fazer encode não tinha nenhum filme para testar. Eu estava em uma das maiores produtoras do Brasil e da América Latina e não tinha um longa. Isso porque os direitos ficam todos com as distribuidoras. Acredito que as produtoras querem ficar cada vez mais próximas do seu conteúdo. E é isso que a O2 quer fazer. E é isso que a O2 Play vai fazer.

Como funcionarão as parcerias?

Dos filmes que são da casa, a O2 play estará mais próxima da gestão do conteúdo. Quer ser parceira. Quer ser mais sócia. Quer colocar dinheiro, quer entrar no risco, quer estar no planejamento. É o que vai acontecer com o Entre Nós, que será lançado no final de março com a Paris Filmes. Então a Paris, que é uma enorme distribuidora, super competente, vai cuidar da maior parte do lançamento, obviamente, pois se trata de um lançamento grande. Como O2 Play, a gente quer estar junto pra entender essa estratégia, para somar ao lançamento.

Falando dos filmes que não foram feitos pela O2. Que tipo de longa a O2 Play pensa em distribuir?

Temos, por exemplo, o Latitudes, que é um projeto super inovador com a Alice Braga e o Daniel Oliveira. Ele chegou no Youtube e na TNT antes em forma de episódios e agora queremos lançá-lo no cinema. Para isso, estamos fazendo um corte exclusivo. Então, quando se trata de filmes que não foram feitos pela O2, essa é nossa vontade. Longas de nicho, que experimentam um pouco mais... e que sejam bons. Queremos fazer com que o nosso selo seja de qualidade.

O Cidade Cinza será lançado ao mesmo tempo em VOD e nos cinemas?

Não ao mesmo tempo. Vamos obedecer uma janela de três meses do lançamento do cinema para o VOD. Mas queremos ter um diálogo com o mercado sobre modelos inovadores. A gente sabe que nos EUA existem filmes que chegam antes em VOD e depois nos cinemas, mas não sei se isso encaixaria hoje no Brasil. Pode até existir uma resistência dos próprios exibidores. Não sei se o mercado de VOD cresceu o suficiente para justificar essa estratégia. Mas estamos de olho nisso, pra entender como funciona, se funciona e queremos conversar com os exibidores, aprender com a experiência deles. Isso reforça a questão da parceria também. O Cidade Cinza é uma co-distribuição da O2 Play com a Espaço Filmes, que é dirigida pelo Adhemar de Oliveira, que também é um exibidor. Estamos conversando com ele também sobre essa questão do VOD. Aprendendo qual que seria a resistência do mercado em fazer um lançamento no mesmo dia, como isso interfere na questão de negócio.

Quantos filmes a O2 Play quer lançar por ano?

Como a operação começa muito pequena e temos também o trabalho no VOD, acho que no nosso primeiro ano, entre projetos que não são da O2 e que são da O2, algo em torno de cinco a seis títulos. Temos inclusive alguns filmes que já iniciamos conversa, mas não posso divulgar ainda. Mas também estamos abertos a propostas, para falar com outras produtoras, outras pessoas. Então, o line up está em definição ainda, mas em torno de cinco ou seis.

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