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05 Maio 2017 | Fernanda Mendes

Distribuidora gaúcha, Lança Filmes, comenta estratégia de segmentação para alcançar bilheteria

Em entrevista, diretora da companhia fala sobre as estratégias diferenciadas da empresa que completa três anos no mercado

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A diretora da Lança Filmes, Daniela Menegotto, falou à Revista Exibidor sobre as estratégias diferenciadas da companhia (Foto: Lança Filmes)

A distribuição de filmes nacionais e internacionais fora do circuito comercial é vista como um grande desafio para muitas empresas. Enxergando esta dificuldade das distribuidoras e o desafio de fazer uma boa campanha para um filme, a Lança Filmes surgiu para contornar esse atual cenário no mercado cinematográfico brasileiro adotando estratégias bem diferenciadas.

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A companhia, que é a única empresa do Rio Grande do Sul totalmente dedicada à distribuição, foi criada há três anos e já conta até com o lançamento de uma produção internacional no ano de 2014, o filme Dromedário no Asfalto.

Agora, em 2017, o primeiro longa internacional será Sobre Viagens e Amores, coprodução Itália-EUA do diretor Gabriele Mucino (mesmo cineasta de À Procura da Felicidade e Sete Vidas) que estreou ontem, 4 de maio. O lançamento teve uma campanha de marketing bastante focada no público-alvo do filme.

“Tentamos conversar com o público da produção. Acreditamos que cada longa tem um nicho. Essa produção conversa bastante com o público jovem e gay”, afirma Daniela Menegotto, diretora da companhia.

O longa é o primeiro grande lançamento da distribuidora em questão de circuito. Por isso, a campanha foi ainda maior. Em parceria com a EF (Education First), os espectadores irão concorrer a uma viagem de intercâmbio com tudo pago. As opções de destinos serão as locações do filme: São Francisco (EUA), Nova York (EUA) ou Roma (Itália), com direito a um curso de línguas de duas semanas.

Para este ano, a Lança contará com mais seis lançamentos, incluindo Bye Bye Jaqueline, Mar Inquieto, com Eri Johnson, e Yonlu, sobre um caso real de suicídio online. Todas as produções são trabalhadas a longo prazo, com campanhas duradouras.

“Nós trabalhamos o filme desde a produção de seu roteiro. Temos cinco projetos que já estamos acompanhando desde o roteiro e inscrevendo em editais. Acompanhar o desenvolvimento do longa faz com que tenhamos uma campanha toda estruturada e aí podemos fazer a carreira do filme em festivais e depois partir para o circuito internacional”, comenta.

Daniela conhece bem o mercado exibidor. A executiva já foi sócia da produtora e distribuidora Panda Filmes por seis anos e identificou as diversas peculiaridades do setor no Brasil.

“O mercado de exibição mudou muito. A gente tem uma quantidade enorme de lançamentos que chegam muito fortes e permanecem em cartaz. Fora os blockbusters que possuem uma campanha muito grande de marketing”, explica.

Ela também pontua sobre a digitalização dos cinemas e o avanço das plataformas alternativas para a veiculação de filmes, como o VOD. Segundo Daniela, o grande desafio das distribuidoras é a diversidade de janelas que existem no mercado audiovisual hoje em dia.

Para reforçar a entrada de um filme nos complexos é crucial o relacionamento e a comunicação entre exibidor e distribuidora.

“É muito importante o exibidor falar o que espera daquele filme e a distribuidora também saber o que o exibidor está pedindo. Os cinemas podem apostar em filmes que não sejam grandes lançamentos. Apesar do público estar acostumado com os grandes filmes americanos, também buscam outras coisas. O público é subestimado e não tem opção para assistir outros conteúdos”, finaliza.

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