08 Março 2017 | Natalí Alencar

Aumento na bilheteria indica oportunidades para mídia em tela

Empresas comentam balanço de 2016 e previsões para 2017

Uma pesquisa divulgada recentemente pelo portal Meio & Mensagem, realizada pelo Kantar Ibope Media, apontou que a compra de mídia caiu 1,6% em 2016 relacionado ao ano anterior. No caso da mídia cinema, o estudo aponta queda de 30%.

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O Portal Exibidor conversou com duas empresas de comercialização de mídia em tela para cinema para levantar se sentiram essa queda e como foi o balanço do ano passado, bem como suas metas para 2017.

Tanto a Kinomaxx quanto a FLIX Media comentaram que tiveram um ano positivo, mesmo diante do cenário de crise política e econômica do Brasil, muito por conta do aumento na bilheteria, que tem se estendido para 2017 e se configura como oportunidade de negócios para o meio cinema.

“Tivemos um ano ótimo comparado ao que estamos acompanhando tanto da economia brasileira quanto do mercado publicitário em geral. Não podemos dizer que foi fácil conseguir atingir isso, mas alguns fatores relativos nos ajudaram como o excelente line-up, a contínua expansão dos exibidores e nosso crescimento na plataforma digital”, comenta a diretora da FLIX, Adriana Cacace.

“A Kinomaxx não chegou a essa queda, mas houve sim uma diferença em relação ao ano anterior. Por outro lado, começamos uma nova restruturação, focamos em alguns segmentos que trouxeram resultados positivos e mudamos alguns produtos e formas de negociação. Com isso, conseguimos segurar um pouco os resultados e até melhorar a performance em alguns segmentos como o de educação, que teve uma melhoria para o nosso meio e investimos bastante”, pontua Adriano Norberto, diretor comercial da Kinomaxx.

Ambos os profissionais também concordam que a pesquisa não foi tão assertiva e que o próprio mercado deve se empenhar para mensurar seus resultados.

“Estamos trabalhando junto aos institutos de pesquisa e concorrentes para criar formas mais assertivas de medição de nosso meio, nossos números não são abertos, mas tivemos um crescimento relevante na comparação com o ano anterior e notamos uma aceitação e conhecimento cada vez maior do meio”, completa Adriana.

E com os números positivos de bilheteria crescente em 2016, que já tem se estendido para 2017, a previsão é de mais oportunidades de negócios tanto para exibidores, quanto para as empresas anunciantes.

“A bilheteria do cinema aumentou no ano passado, então o meio cinema é uma mídia crescente, o que é positivo. O grande problema foi a insegurança do mercado, que fez com que os clientes reduzissem seus investimentos, mas não tem nada direcionado para o meio cinema. Até porque o cinema, na crise, cresce e acaba sendo uma das melhores opções em termos de custo e benefício”, pondera Adriano.

Cases de sucesso

Uma das estratégias para fortalecer o meio cinema como mídia, diferenciando-o das demais, foi apostar em cases de marca junto aos anunciantes.

“Buscamos apoiar o mercado cinematográfico com iniciativas de negócios voltadas ao meio publicitário, além de ajudar a desenvolver a experiência do espectador de cinema, com inovações em conteúdo e interatividade como é o caso do recente lançamento do app Klix Timeplay”, exemplifica Adriana.

“Temos alguns cases interessantes como a Fisk, que fez uma campanha em parceria com a PlayArte, para patrocínio de ‘A Era do Gelo 5’ e também vendemos um name right em Salvador para uma faculdade. Com isso, começamos a direcionar para esse segmento que acabou gerando esse refresh em um ano de crise”, comenta Norberto, que ainda citou uma parceria firmada com a Avianca.

O que esperar de 2017

Para 2017 a FLIX Media tem como objetivo um crescimento mais agressivo. Segundo a empresa, a área de Digital trará novidades, desenvolvendo ações de ativação e promoções além dos formatos de tela. “Estamos criando novas ferramentas para facilitar o entendimento e a avaliação da mídia cinema, mostrando de forma clara e objetiva que conseguimos ser competitivos”, prevê Adriana.

Já a Kinomaxx vai reformular sua marca, com intenção de trazer os olhos do mercado publicitário para esses espaços interativos, informativos, produtos proprietários e levando também seus conteúdos e ideias para outros espaços voltados para a área de entretenimento e interatividade.