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14 Fevereiro 2017 | Vanessa Vieira

Eventos internacionais discutem mudanças na distribuição e janelas de lançamento

Tanto no European Film Market quanto na conferência Code Media, o assunto gerou debate

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(Foto: Shutterstock)

Desde a última quinta-feira (09), o European Film Market – EFM, uma das áreas de mercado do Festival de Berlim 2017 - Berlinale, tem reunido especialmente o setor de produção audiovisual da Europa, com participações também da indústria mundial. Ainda nesta semana, um dos debates promovidos no evento paralelo foi pautado pela crítica ao mercado de distribuição, que consideram não ter evoluído como o de produção ou exibição de conteúdos.

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Participaram da mesa-redonda membros da produção (Nordic Film) e da exibição (Curzon Cinemas) com mediação de Matthijs Wouter Knol, um dos diretores do EFM que deixou clara sua opinião de que a indústria cinematográfica precisa estar mais aberta a “tentativas e erros” para se buscar mais inovações. Do lado da exibição, o diretor de programação da britânica Curzon, Damian Spandley, explicou que gostaria de ver mais distribuidoras se unirem à rede de cinemas para fazer estratégias diferenciadas, mas que ainda vê uma barreira para isso. No entanto, o executivo acredita que uma distribuição diferente “é onde a oportunidade está”.

Vale lembrar que a Curzon tem também seu próprio serviço streaming, o Curzon Home Cinema, que tem 60% dos seus assinantes vindos de fora de Londres, cidade na qual a exibidora é mais presente. Spandley contou ainda que o serviço é uma opção principalmente para os moradores de regiões mais afastadas ou de cidades pequenas que não teriam normalmente acesso a filmes menores nos cinemas locais.

Johanna Koljonen, editora da Nordic, afirmou que, entre as grandes distribuidoras, não há agentes preocupados com os filmes “de arte”. Por isso, ela defendeu que os produtores precisam buscar soluções por eles mesmos, sem esperar que ela venha do mercado.

Outro evento que trouxe a questão da distribuição atual de conteúdo foi a conferência Code Media, que recebeu uma discussão sobre janelas de lançamento nesta segunda-feira (13), liderada pelo produtor Jason Blum, que é especialista em criar filmes de baixo orçamento. Segundo o portal Variety, Blum acredita que os produtores que se limitam ainda a querer seus trabalhos na telona estão “perdendo” a chance de olhar o mercado por um ângulo o mais amplo. Para ele, esses profissionais estão “matando o próprio setor”.

O produtor defendeu que Netflix e Amazon estão tornando a distribuição mais eficiente. Para ele, é por causa dessas empresas que hoje existem filmes como Manchester à Beira-mar, drama adquirido pela Amazon Studios e que hoje é um dos mais fortes candidatos ao Oscar 2017.

Ainda no Code Media, quem se pronunciou também contrária à atual janela de lançamento foi Stacey Snider, CEP da 21st Century Fox, que explicou que não vê necessidade de acabar completamente com essas janelas, mas sim que elas sejam um pouco mais flexíveis. [Atualizado em 15/02/2017, às 11h55]

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