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28 Novembro 2016 | Fernanda Mendes

Distribuição no Reino Unido não acompanha demanda do mercado, afirma especialista da comScore

Em evento, Lucy Jones fez uma análise da bilheteria da região

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O filme "Star Wars: O Despertar da Força", que teve 10% de participação na bilheteria de 2015 (Foto: Lucasfilm)

A bilheteria do Reino Unido vem crescendo cerca de 2% ano após ano, no entanto, os dados de market share permanecem estáticos. Em evento na cidade de Londres, Lucy Jones, analista de dados da comScore, e David Hancock, da IHS, empresa de pesquisas, afirmaram que o número crescente de filmes produzidos e lançados não estão correlacionados com a demanda do público.

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Só em 2016 o Reino Unido bateu seu recorde em distribuição de filmes: espera-se fechar o ano com 900 títulos distribuídos, o que equivale a 16 filmes por semana. Mas, na última década, os lançamentos de maior apelo comercial é que dominam a presença nos cinemas.

“Os 40 maiores lançamentos tiveram os maiores números em bilheteria em 2015, o que tem sido um padrão dos últimos anos”, comentou Lucy, revelando que a média de ingressos por pessoa no Reino Unido ficou em 2,7 por ano.

A executiva falou sobre o domínio dos blockbusters na receita de bilheteria, citando como exemplo o filme Star Wars: O Despertar da Força, que teve 10% de participação na bilheteria de 2015.

Segundo Lucy, os blockbusters estão dominando o calendário de lançamentos e, filmes fora do top 40 tiveram uma queda na bilheteria, de £ 600 mil em 2005 para £ 430 mil em 2015.

Os filmes estrangeiros, por exemplo, tiveram uma queda nos últimos anos tendo apenas participação de 2,2% do total da bilheteria e, arrecadando £ 8.7 milhões em 2015. Em 2016, no entanto, os temas em língua estrangeira tiveram um respiro, arrecadando £ 9.5 milhões, com quatro títulos ultrapassando a marca de £ 500 mil, como Julieta, de Pedro Almodóvar.

Outro movimento peculiar do mercado do Reino Unido é a demanda de filme para um público mais velho. Segundo Jones, a demanda para este público, que cresceu nos últimos anos, é algo desafiador pela enorme riqueza de conteúdo que é oferecida no mercado.

“Essa audiência leva mais tempo para encontrar filmes, e é um desafio para os exibidores manterem esses títulos com tanto conteúdo concorrente”, afirmou.

Tecnologia

Em contramão com a maioria dos mercados ao redor do mundo, os filmes em 3D no Reino Unido viram seu público cair. Em 2010, 27,8% da bilheteria foi em filmes em 3D, no entanto, em 2016, este número foi para 9,3%.

“Nós precisamos aprender para a próxima leva de tecnologia, como a realidade virtual, que as pessoas não vão adotar uma tendência por balançar uma cadeira, mas sim, pela qualidade do conteúdo”, citando que selecionar os títulos corretos para este tipo de tecnologia é crucial.

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