Portal Exibidor - Pol�micas sobre janelas de lan�amento e uso de celular s�o destaques na Expocine

18 Novembro 2016 | Vanessa Vieira

Pol�micas sobre janelas de lan�amento e uso de celular s�o destaques na Expocine

Palestra que abriu �ltima manh� de palestras do evento debateu a concorr�ncia e a sinergia do cinema com outras m�dias

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A Expocine 2016, maior conven��o da Am�rica Latina voltada aos mercados de exibi��o e distribui��o de cinema, termina hoje (18) sua programa��o. O evento teve sua �ltima manh� de palestras oferecida pelo Portal Exibidor, come�ando j� com temas pol�micos como as janelas de lan�amento e a exclusividade de exibi��o para o cinema. Por�m, antes que os debates come�assem, Marcelo Lima, diretor da Tonks, empresa organizadora da Expocine, homenageou �a fam�lia UVK Cines�, exibidora que teve um inc�ndio em uma de suas unidades em Lima, Peru. No acidente, todos os espectadores conseguiram sair ilesos, por�m quatro funcion�rios faleceram.

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Em respeito � trag�dia, Lima pediu um minuto de sil�ncio dedicado �s v�timas.

A programa��o da conven��o continuou normalmente ap�s a homenagem com o painel �Impactos da TV e Streaming para os cinemas�, moderado por Erico Borgo, diretor de conte�do do Omelete Group. Participaram da discuss�o Jo�o Mesquita, CEO da Telecine; Laudson Diniz, gerente executivo da Cinelive; e Luis Calil, diretor comercial da Cinesystem.

Borgo abriu a discuss�o questionando se realmente a TV e o streaming ocupam posi��es de �amea�as� ao cinema ou se � poss�vel existir uma sinergia entre as m�dias. Mesquita, da Telecine, afirmou que a companhia de conte�do televisivo tem uma rela��o de trabalho em parceria com o cinema. �Nosso valor depende do sucesso do cinema, � uma quest�o de sobreviv�ncia. No Brasil, quanto mais forte � um filme [na telona], melhor para todos�, comentou. O executivo ainda brincou dizendo que a empresa e o cinema est�o �condenados� a trabalhar juntos, �no bom sentido�. Por isso mesmo a Telecine promove e coproduz filmes no Pa�s segundo Mesquita.

J� Diniz se posicionou como o �elo entre TV, cinema e streaming�, mas destacou que nenhuma m�dia tem tanta aten��o quanto a telona, que � considerada por Calil, da Cinesystem, a �vitrine� do mercado audiovisual para longas. �Pensando em um filme como produto, o t�tulo que vai bem no cinema toma outra dimens�o como um todo�, defendeu. O executivo aproveitou para entrar na pol�mica das janelas de lan�amento, declarando-se a favor da exist�ncia da janela exclusiva para o cinema que, para ele, � fundamental para a vis�o do filme como produto.

Diniz explicou que, para seu neg�cio baseado em cinema evento, a janela n�o interfere tanto. Mas acredita que diferentes usos de janelas podem coexistir. Para ele, o conte�do tem que estar dispon�vel onde o espectador se sentir melhor. J� Mesquita refor�ou que a Telecine depende dos grandes lan�amentos. �N�s s� somos interessantes ao consumidor se tivermos todos os blockbusters�, afirmou. O executivo disse ainda que n�o acredita que exista uma janela ideal, mas a janela atual poderia ser um pouco menor desde que n�o atrapalhasse o desempenho do filme nas bilheterias. Ele comentou ainda que 90% do consumo de conte�do em seu canal de v�deo sob demanda ainda v�m daqueles 10% dos longas que tiveram mais sucesso nos cinemas.

Calil, por�m, n�o descarta a possibilidade de que existam produ��es que deveriam ir direto para o streaming, especialmente as �de arte� ou �de nicho�. O executivo da Cinesystem ainda afirmou que o mercado passa constantemente por mudan�as, mas que o trunfo do exibidor � entregar uma experi�ncia cinematogr�fica que chame a aten��o do espectador. O executivo ainda acredita que o pr�prio streaming, t�o temido por cinemas, pode ser ainda uma maneira de conquistar novos p�blicos.

Entre esses poss�veis espectadores se destacam os jovens altamente conectados, que se interessam principalmente por experi�ncias interativas. Calil disse que a Cinesystem j� aposta na intera��o por meio de jogos antes dos longas. Laudson Diniz, por sua vez, brincou contando que a vinheta das exibi��es especiais de seus conte�dos distribu�dos via sat�lite j� n�o inclui a parte de �desliguem seus celulares�. Para ele, o smartphone � uma poderosa ferramenta de divulga��o, especialmente para o chamado cinema evento, que exibe jogos e outros conte�dos diferenciados na telona. Ele exemplificou com a exibi��o do UEFA Champions League deste ano, cuja hashtag oficial do evento nos cinemas ficou no topo dos Trending Topics do Twitter, com resultado superior ao das hashtags de canais de televis�o.

Para Mesquita, o mobile � uma �falsa amea�a� ao cinema. �Pelo contr�rio, vai animar mais! Agora n�o d� para tirar o celular, d� para tirar o som e abaixar o brilho da tela�, comentou.

O meio online est� em alta tamb�m no marketing e tem mudado a divulga��o de lan�amentos e de exibi��es especiais. �As pessoas hoje s�o imediatistas, � o dinamismo, temos que nos adaptar�, disse Calil.

Por fim, todos os participantes do painel refor�aram a ideia que o neg�cio-chave para o cinema � oferecer experi�ncias cada vez mais incr�veis e que sejam diferentes da viv�ncia que o espectador pode ter em casa. Laudson Diniz exemplificou com o caso da exibi��o da UEFA Champions League nos cinemas. As pessoas poderiam ter optado por assistir ao jogo em um bar, em casa ou em um churrasco, mas escolheram �formar uma arquibancada no cinema pagando um t�quete duas vezes mais caro. Ent�o o cinema entrega sim experi�ncia, energia e emo��o�.