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04 Novembro 2016 | Vanessa Vieira

China e EUA ganham novo fundo para coproduções e debatem parcerias em eventos

Dois encontros nos Estados Unidos debatem a interação entre os mercados e apontam que a China deve passar Hollywood em 2019

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(Foto: Theta Energy)

Novembro começou com dois encontros promovidos nos Estados Unidos para debater a interação entre o mercado audiovisual norte-americano e o chinês, são eles o U.S.-China Film Summit, realizado entre terça e quarta-feira (1o e 2 de novembro), e o U.S. China Film and Television International Expo, que começou nesta quarta-feira (02) e termina hoje (04).

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Entre as principais novidades está a criação de novo fundo de investimento das empresas chinesas China Film Co. e Pegasus Media Group, que concederam US$ 100 milhões que serão destinados a coproduções dos países. Ainda não foi divulgado qual será o primeiro filme a receber apoio do fundo. O anúncio aconteceu no U.S.-China Film Summit, mas no U.S. China Film and Television International Expo a China Film Co. explicou ainda que, se mais filmes estrangeiros querem entrar na China, eles devem buscar trazer elementos chineses em seu roteiro e elenco.

 

A ideia é que esse investimento ajude a produzir mais filmes envolvendo empresas dos dois países, o que poderia aumentar a diversidade de lançamentos na China, que é um dos motivos apontados por analistas para a recente queda do crescimento de bilheteria no país asiático. Apesar dessa desaceleração do crescimento do mercado de cinema chinês, que cresceu 49% em 2015 e deve aumentar em 20% neste ano segundo a Motion Picture Association of America – MPAA, ainda é previsto que a China passe a bilheteria norte-americana em um futuro próximo, porém, em vez de fazê-lo em 2017 como esperado anteriormente, deve passar os EUA por volta de 2019.

 

A MPAA também afirmou durante o U.S.-China Film Summit que o público chinês é mais jovem do que o estadunidense, com mais presença de pessoas entre 25 e 30 anos que vão às telonas uma dúzia de vezes ao ano e representam mais de 40% dos espectadores chineses. A entidade norte-americana ainda abriu o 6th Annual China International Co-Production Film Screenings com a exibição especial de Xuan Zang dentro da Sony Pictures Entertainment nos EUA. O estúdio também lançou uma iniciativa na China para promover colaboração em criação de narrativas entre o país e os EUA. O programa se chama China Writers Initiative (Iniciativa para Escritores Chineses, em tradução livre) e será comandado por Sanford Panitch, presidente da Columbia Pictures.

 

Outro ponto de crescimento do mercado de cinema na China é o aumento do número de salas. Atualmente o país tem cerca de 35 mil telas, um total de 25,7 por milhão de habitantes, ainda abaixo dos EUA nesse quesito já que o território estadunidense tem mais de 40 mil telas, sendo 123,7 por milhão de habitantes. Entre os exibidores chineses, quem se destaca nessa conta é a Wanda Cinema Line, do Wanda Group.

 

Jack Gao, CEO de investimentos e negócios internacionais do conglomerado, afirmou que, para eles, a desaceleração do mercado local de cinema já era esperado, mas chegou um pouco antes do previsto. No entanto, a empresa não pretende diminuir a meta de abrir 1,5 mil salas por ano durante a próxima década. Atualmente a Wanda é a maior exibidora do mundo tanto por sua boa colocação na China quanto por ter adquirido a norte-americana AMC Theatres e a europeia Odeon & UCI, sem falar na aquisição em andamento da Carmike pela AMC. Para Gao, o mercado chinês de cinema tem potencial para ser até duas vezes e meia maior do que o dos EUA.

 

Outra novidade da Wanda anunciada esta semana é a compra da Dick Clark Productions por US$ 1 bilhão, o que marca a entrada da gigante chinesa na produção televisiva.

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