28 Outubro 2016 | Vanessa Vieira
Nova York (EUA) agora conta com novo cinema de arte
Exibidor voltado ao cinema independente inaugura complexo hoje (28) em momento delicado para o cinema de arte na cidade
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A cidade de Nova York, nos Estados Unidos, perdeu vários cinemas dedicados a filmes independentes nos últimos anos e são poucos que ainda resistem como o Landmark Sunshine Cinema, que a Landmark Theatres já tem intenção de vender em futuro próximo por cerca de US$ 35 milhões, e o Cinemart Cinemas. O Tribeca Cinemas, por exemplo, que recebia o Tribeca Film Festival, fechou durante o verão norte-americano deste ano.
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Apesar desse cenário, hoje (28) a região nova-iorquina do Brooklyn recebe a inauguração do novo complexo da Alamo Drafthouse, exibidora especializada em cinema independente, mas cuja programação também inclui blockbusters como Star Wars. O cinema será a 25ª unidade da rede, conta com sete salas digitalizadas, capacidade para cerca de 800 espectadores e já era para ter sido aberto há alguns meses, mas teve um atraso devido a problemas nas obras.
Ainda nesta sexta-feira, o Alamo Drafthouse Downtown Brooklyn já exibirá cinco filmes, são eles: Moonlight, A Day Without Policeman, Seeding of a Ghost, O Estrangulador Seboso e The Handmaiden – desses títulos, três são de origem asiática. Um lançamento de blockbuster já confirmado para o cinema é de Rogue One: Uma História Star Wars.
O complexo conta também com um bar, um espaço com peças de cera e um museu “macabro”, bem como pode exibir filmes em 35mm e tem preço de ingresso em torno de R$ 14,50. Todas as poltronas têm também um suporte para alimentos.
Modelo de negócio independente
Além da programação diferenciada, a Alamo também é conhecida por servir bebidas alcoólicas, pelas opções de alimentação mais elaboradas e pela rigorosa política contra o uso do celular nas salas de cinema. Além disso, em maio deste ano, a exibidora gerou burburinho na imprensa internacional ao revelar que avaliava instalar banheiro de gênero neutro em próximos complexos a serem abertos no EUA. No entanto, ainda não se sabe se a rede irá em frente com o projeto.
Uma novidade da Alamo Drafthouse é a inclusão na programação de sessões voltadas para autistas e outros espectadores com necessidades sensoriais especiais, fora a expansão dos horários de sessões antes chamadas “Baby Day”, dedicadas a pais e mães que queiram ir ao cinema com seus bebês. Agora o programa da rede para esses públicos é chamado “Alamo for All” (Alamo para Todos, em tradução livre) e continuará a ter sessões com iluminação e som ajustados de maneira mais amigável, com mais luz durante a sessão e áudio mais baixo, além de não terem trailers nem conteúdo preshow. Outra novidade do programa é que agora ele não terá horários só nos dias úteis, mas também nos fins de semana.
“Nós ouvimos dos pais que apenas um `Baby Day´ na semana não era o suficiente. As sessões do `Alamo for All´ são para qualquer pessoa que queira curtir um dia com os filmes, comidas e bebidas oferecidos pela Alamo, mas precisam de uma sala com pequenas adaptações. Assim, realmente todos são bem-vindos”, afirma Amy Averett, diretora de engajamento familiar e da comunidade na exibidora, que também tem um braço no mercado de distribuição de filmes independentes.
Veja também um mapa dos cinemas de arte de New York que fecharam ou correm risco de fechar.
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