14 Outubro 2016 | Vanessa Vieira

Cinema recebe apenas 0,4% do investimento publicitário do primeiro semestre

Em entrevista ao Portal Exibidor, executivo da Kinomaxx comenta resultado de pesquisa da Kantar Ibope Media

A Kantar Ibope Media, especialista em pesquisa de mídia na América Latino, divulgou um infográfico com uma análise da compra de espaço publicitário no primeiro semestre deste ano.

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Nesse estudo, o cinema ficou com apenas 0,4% dos valores investidos, cerca de R$ 271 mil. A participação do meio é superior ao anual de 2013, quando o cinema recebia 0,3% do investimento, mas é 0,2% menor do que o resultado do primeiro semestre de 2015, quando a telona recebeu R$ 358 mil. No ano passado o cinema chegou a ter 1% dos investimentos, chegando a receber R$ 725 mil, enquanto em 2014 foram R$ 530 mil. Vale lembrar que 2015 foi um ano de recordes de bilheteria, o que pode ter aumentado a visibilidade da telona.

“O cinema como lazer e entretenimento cresceu muito nos últimos dois anos, até pelo próprio line-up e lançamentos que foram incríveis. A publicidade nesse meio cresceu 18% nesse período, só que o cinema ainda é pouco aproveitado como espaço publicitário”, comenta Adriano Norberto, diretor comercial da Kinomaxx, empresa especializada em publicidade no cinema.

Para o executivo, é importante para o meio cinema manter os crescimentos de bilheteria e de investimento publicitário parecidos. Ele afirma que o aumento de recursos que vão para a telona ainda está abaixo do crescimento de bilheteria, que só no primeiro trimestre de 2016 teria sido quase 30% do que os resultados de 2015 segundo a Kinomaxx, que utiliza dados da comScore. O primeiro semestre deste ano registrou aumento superior a 10% em relação a 2015 tanto na renda quanto no público.

Norberto defende que é preciso “ensinar o segmento publicitário” sobre os potenciais e a importância do meio cinema. “Um dos nossos maiores argumentos é que o cinema tem no espectador duas características que o mercado precisa: tempo e atenção”, explica. Isso porque, para o executivo, o espectador está mais aberto a conteúdos quando dentro da sala de exibição, na qual a telona recebe praticamente 100% da atenção dessa pessoa. Afinal, o foco do consumidor é algo precioso para a publicidade.

Ações da Kinomaxx

Para “catequizar” o mercado sobre as oportunidades que o cinema oferece enquanto espaço publicitário, o executivo comenta que a Kinomaxx realiza um roadshow em agências do País chamado KinoTalks, levando cases de vários produtos como o KinoShow, que é um espaço na telona para o qual a empresa gera conteúdos que vão desde de um game para o espectador interagir com a tela por meio de seu celular, até materiais exclusivos relacionados à determinada marca ou making of de lançamentos. Os conteúdos “prontos” são dedicados especialmente aos clientes que não têm materiais próprios para exibição. Entre as soluções ofertadas há também o KinoFive, que é uma vinheta de oferecimento para marcas assinarem, e as publicidades para marcadores de filas, bem como anúncios em digital signage e na bombonière.

Ainda no hall dos complexos, o executivo conta que, em parceria com a Sioux, já criou um produto novo que utiliza da realidade aumentada, quando o virtual interage com o mundo real como no caso do game Pokémon Go. A ideia é que o espectador “encontre” com seu celular itens que podem ser de um chocolate até um carro, retirando o custo de totem ou de transporte de qualquer item a ser exposto.

Norberto conta que a Kinomaxx reformulou seu portfólio completamente para chamar a atenção para as novas formas de ter publicidade no cinema, ou seja, indo além dos “breaks”. “O nosso grande produto continua sendo o VT de 30 segundos, que é o mais procurado pelo mercado publicitário. Mas as grandes ações e os grandes investimentos publicitários no meio cinema estão vindo de produtos diferenciados e assinados por clientes”.

Atualmente a Kinomaxx atende 17 exibidores, somando 1.125 salas no País. Entre os cinemas estão Cinépolis, UCI Cinemas, Reserva Cultural e Moviecom. De acordo com Norberto, hoje a empresa conta com 38% de share do circuito exibidor nacional.