10 Outubro 2016 | Fernanda Mendes

Os exibidores estão “estrangulando” a indústria de cinema, afirma CEO da Netflix

Reed Hastings declarou que ceder as janelas pode aumentar as receitas de ambos os lados da indústria

Na semana passada, a Netflix e a rede de cinemas iPic Entertainment, anunciaram um acordo polêmico. Cerca de 10 produções originais do serviço sob demanda (video on demand – VOD) serão lançadas ao mesmo tempo nas telonas.

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O acordo gerou uma resposta não muito receptiva do mercado exibidor e Reed Hastings, CEO da Netflix, não ficou calado. Durante seu discurso no evento TechFest em Nova York, o executivo afirmou que os exibidores estão “estrangulando” a indústria do cinema por se recusarem a ceder janelas e permitirem que filmes sejam lançados logo após a sua liberação em streaming ou até no mesmo dia.

Hastings ainda declarou que os estúdios querem quebrar este oligopólio, mas não sabem como.

Mesmo a distribuição ainda representando a maior fatia da receita para os estúdios de cinema atualmente - só no ano passado, a receita de bilheteria americana bateu um recorde de US $ 11,1 bilhões – a alta cúpula do serviço de streaming tem defendido que a indústria pode gerar mais receita e obter uma melhor eficiência nos gastos de marketing, se os filmes forem disponibilizados simultaneamente em serviços como o Netflix.

O primeiro lançamento da companhia nos cinemas iPic aconteceu na sexta-feira, dia 7, com a estreia de The Siege of Jadotville na unidade da rede em Los Angeles. Na quinta-feira, dia 13, será a vez de Mascots, dirigido por Christopher Guest, que será lançado na unidade do cinema em Manhattan.

Ainda, durante o TechFest 2016, Hastings afirmou que a empresa de streaming não está interessada em entrar para o mercado chinês.

Observando o fracasso de estúdios como a Disney, que teve seus estúdios fechados pelas autoridades chinesas, Hastings afirmou que um possível acordo “não parece ser bom”. “Nós estamos focados no resto do mundo”, declarou.