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23 Setembro 2016 | Fernanda Mendes

Estúdios de Hollywood falam sobre mudanças e acordos de produções

Entre outras declarações, a Fox, criticou a janela cinema imposta pela NATO

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(Foto: ShutterStock)

Esta semana, os principais estúdios de Hollywood fizeram importantes declarações sobre mudanças necessárias nas produções e acordos importantes para o rendimento das bilheterias.

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Confira abaixo:

Paramount / Viacom

A Viacom anunciou nesta quarta-feira, dia 21, que já planeja obter um prejuízo de US$ 115 milhões para um filme que ainda nem estreou. Segundo o anúncio, a companhia está baixando sua previsão de lucro para o quarto trimestre fiscal que termina no dia 30 de setembro.

Matthew Harrigan, analista da Wunderlich Securities, ressaltou a revista Variety, que provavelmente o fracasso esperado vem do filme Monster Trucks. A produção, dirigida por Chris Wedge e com uma despesa de mais de US$ 100 milhões para a Paramount Animation e a Nickelondion Movies, conta a história de um rapaz que constrói um caminhão monstro a partir de pedaços e peças de outros veículos. Depois de um acidente em um local de extração de petróleo, o personagem acaba libertando uma criatura estranha e subterrânea.

Após três datas de lançamento serem adiadas, julho de 2015, dezembro do mesmo ano e março de 2016, o longa que começou sua produção em 2014 tem data prevista de estreia para janeiro de 2017.

No entanto, a Viacom acredita que a produção pode não ter um grande público como o previsto.

Fox

Em um encontro com investidores nesta quarta-feira, dia 21, James Murdoch, CEO da 21st Century Fox, fez declarações bem polêmicas acerca dos exibidores e das chamadas janelas do cinema.

Para o executivo, as regras impostas pela National Association of Theatre Owners (NATO) em que os exibidores têm exclusividade sob os filmes durante 90 dias é algo a ser mudado, já que para ele, atualmente é uma tarefa árdua levar uma família ao cinema devido a competição com os meios digitais.

“As regras do nosso mercado não interessam para as famílias que querem ver filmes. Então temos que fazer com que as produções sejam mais disponíveis. Temos que custeá-los de um jeito inteligente. Haverá uma série de mudanças ao longo dos próximos dois anos, que vão ser muito emocionantes para a indústria cinematográfica”, afirmou.

Em resposta às declarações de Murdoch, John  Fithian, CEO da NATO, escreveu uma nota ao site Deadline alegando que o executivo da Fox precisa aprender mais sobre o mercado cinematográfico e ser mais cauteloso com seus comentários para não colocar tudo a perder no relacionamento de confiança entre o estúdio e os exibidores.

"Conversas privadas com estúdios parceiros dos exibidores estão acontecendo mesmo sem pronunciamentos públicos. Esse tipo de conversa está ocorrendo muito frequentemente com grandes estúdios incluindo a Twentieth Century Fox", afirmou.

Tecnologia

Indo de encontro às tendências, o CEO da Fox investe nas plataformas digitais, como o Hulu, serviço de streaming, do qual adquiriu parte das ações da companhia. Para ele, abraçar a plataforma contribui bastante para a divulgação crescente dos conteúdos do estúdio. E não teme os concorrentes.

“Nós gostaríamos de ver mais competição. O mundo cresce com isso e ficamos absolutamente confortáveis com a concorrência”, afirmou.

Ainda, sobre os estúdios, Murdoch declarou que os resultados não estão tão consistentes quanto gostaria, no entanto, evitaram perdas maciças e, apesar do que considera um ótimo serviço de distribuição, a Fox “precisa fazer filmes melhores e fazer isso mais consistentemente”.

Warner

No mesmo encontro de investidores, Jeff Bewkes, presidente e CEO da Time Warner, detentora da Warner/DC, também declarou algumas falhas nas produções do estúdio.

“Os personagens da DC Comics têm muito mais brilho do que vemos nos filmes, então estamos pensando sobre isso”, declarou.

Ainda, o executivo afirmou que apesar de precisar melhorar na criatividade dos longas, os últimos lançamentos como Esquadrão Suicida e Batman vs. Superman: A Origem da Justiça, não só revigoraram os personagens clássicos dos quadrinhos para a nova geração, como também, foram um sucesso de bilheteria.

“A estratégia funcionou. Executaram o que nós queríamos, mas podemos fazer um pouco melhor na questão da criatividade”, disse.

Quanto aos próximos lançamentos da marca, Bewkes declarou que pediu para que o presidente de entretenimento da DC Comics, Geoff Johns e o produtor Jon Berg, tivessem decisões mais rígidas quanto às produções, mas acredita que não voltarão atrás em longas como Mulher Maravilha e Liga da Justiça que estrearão no próximo ano.

Disney

Apesar de já ter projetos para a franquia de Star Wars até o ano de 2020, Bob Iger, CEO da Disney, afirmou que acredita que Rogue One: Uma História Star Wars próximo filme a ser lançado, não superará a bilheteria de Star Wars VII - O Despertar da Força, que atingiu US$ 2 bilhões globalmente.

“Nós nunca sentimos que o longa atingiria o patamar de O Despertar da Força. Mas o nível de interesse dos fãs na produção é tão alto quando o dessa produção”, declarou.

Sony

A Dalian Wanda Group está muito perto de fechar um acordo com a Sony Pictures. Segundo a revista Variety, a gigante chinesa ficará encarregada de promover, em território chinês, os filmes produzidos pelo estúdio dos Estados Unidos.

O primeiro longa programado para a ação é Spider Man: Homecoming que estreará em julho de 2017 nos cinemas. Com o acordo, o estúdio espera aumentar a bilheteria de suas produções, já que a China tem a segunda maior bilheteria do mundo.

Ainda, o contrato será benéfico a Wanda já que a empresa planeja cada vez mais adentrar o mercado norte-americano e investirá nos próximos filmes da Sony, resultando em uma participação acionária nas produções do estúdio.

Recentemente, a Wanda comprou a gigante rede de cinemas AMC Theatres.

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