02 Setembro 2016 | Vanessa Vieira
China lançará investigação antitruste da aquisição da DreamWorks pela Comcast
Ministério do Comércio do país afirma ter recebido acusações de monopólio
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Em junho último, a aquisição da DreamWorks Animation pela Comcast, que também conta com o estúdio Universal, foi aprovada pelos Estados Unidos sem qualquer apontamento de que isso prejudicaria a competição comercial vigente. A compra foi anunciada em maio, com valor de US$ 3,8 bilhões.
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No entanto, apesar do acordo comercial parecer sólido e de as companhias já terem se reestruturado para a nova cadeia de comando, a aquisição pode ser ameaçada pela China. Isso porque o Ministério do Comércio do país anunciou que lançará uma investigação antitruste sobre a compra.
De acordo com declaração de porta-voz do Ministério em coletiva de imprensa nessa semana, o governo chinês recebeu uma série de reclamações sem autoria específica de que a aquisição prejudicaria a competitividade do mercado local. De acordo com o a agência de notícias Reuters, as investigações se basearão em leis antimonopólio, que permite ao país dar seu parecer sobre acordos internacionais mesmo que empresas locais não estejam envolvidas. O Ministério, no entanto, não divulgou a natureza das reclamações.
A DreamWorks Animation foi um dos primeiros grandes estúdios a chegar ao mercado chinês, com a abertura da Oriental DreamWorks em 2012 por meio de joint venture criada junto à companhia local China Media Capital. 45% da Oriental são da DreamWorks e, agora, passam a pertencer à Comcast – o que se especula, segundo o portal Variety, é que isso não tenha agradado à China Media Capital, empresa liderada pelo influente Li Ruigang.
Isso porque, dessa maneira, a Comcast passa a contar com propriedades intelectuais e franquias fortes da Universal como Velozes e Furiosos, Minions e Jurassic World e também com marcas lucrativas da DreamWorks Animation como Shrek, Kung Fu Panda e Como Treinar o Seu Dragão. Além disso, com a compra do estúdio de animação, a Comcast passaria a ter participações mais significativas no mercado de parques temáticos, agravadas também pela soma de propriedades intelectuais fortes da companhia no mercado mundial.
A empresa está construindo um parque da Universal próximo à cidade de Pequim, que deve abrir entre 2019 e 2020, e a DreamWorks Animation é uma das parceiras do chamado Dream Center, que demandou investimento de US$ 2,4 bilhões e tem lançamento previsto já para 2017. Assim, a Comcast teria forte presença em dois dos três maiores parques temáticos, sendo o terceiro o aberto pela Disney em Xangai em junho último.
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