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20 Julho 2016 | Fábio Gomes

Gigante chinesa mira aquisição parcial da Paramount Pictures

Empresas do país asiático miram expansão do mercado cinematográfico e censores locais tomam atitude inédita para manter aumento de bilheteria

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"The Mermaid" fez US$528 milhões no país asiático (Foto: China Film Group )

A China se consolidou nos últimos anos como o segundo maior mercado cinematográfico do mundo, atrás apenas dos EUA. Mesmo assim, o país segue investindo pesado em todas as áreas do mundo do cinema e continua a impressionar com sua evolução.

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A Dalian Wanda Group, uma das maiores empresas de entretenimento do país, confirmou recentemente que está negociando com a Viacom a compra de 49% dos estúdios da Paramount. A compra não seria apenas boa para o grupo asiático, mas também para a empresa hollywoodiana, que teria uma porta de entrada ainda maior em um dos mais crescentes mercados do mundo. No entanto, acionistas da Viacom têm se posicionado contra a venda parcial do estúdio. Os dados são do portal Screen Daily.

Recentemente, a Wanda comprou empresas de áreas que envolvem desde a produção até a exibição de filmes. A Legendary Entertainment, que produziu filmes como a trilogia recente do Batman e Se Beber, Não Case, foi adquirida pelo grupo. Já na área de exibição a companhia adquiriu em 2012 a rede americana AMC, uma das maiores dos EUA, e o grupo confirmou a compra da Odeon & UCI Cinemas, a maior rede da Europa, além de manter proposta para aquisição da Carmike Cinemas.

Enquanto isso, a China Film Co., principal distribuidora local, fechou uma data para a sua abertura de oferta pública de ações. Com o valor de US$ 611 milhões, a expectativa é que a chegada da empresa na Bolsa de Valores de Xangai seja o maior da história do entretenimento no país.

A China Film Co. começou a procurar investidores interessados entre os dias 22 e 25 de julho e as ofertas serão feitas em 28 de julho. A companhia planeja oferecer até 467 milhões de ações na Bolsa de Valores de Xangai.

A empresa tem 58% de todos os lançamentos distribuídos no país e todos os filmes estrangeiros estão nas mãos ou da China Film ou da Huaxia, que também pertence aoEstado.

De acordo com o The Hollywood Reporter, a China Film espera que o capital adquirido com a venda de ações ajude o seu plano de expansão ao longo dos próximos três anos. No planejamento está a produção de 53 filmes e 14 programas de televisão, além da construção de 91 cinemas.

Bilheteria chinesa

Assim como suas empresas, a bilheteria do país segue impressionando. A expectativa de arrecadação neste ano chega próxima à marca de US$ 8 bilhões, com destaque para o sucesso local The Mermaid, que fez US$ 528 milhões. Porém, houve uma diminuição na arrecadação no segundo trimestre. 

A primeira metade do ano apresentou um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. O número seria comemorado por qualquer outro mercado, mas a porcentagem apresenta uma diminuição na expansão ano-a-ano do mercado chinês, o que levou os censores da China a fazerem uma mudança inédita ao permitir lançamentos de Hollywood no país no tradicional período de “blackout” entre junho e agosto.

Normalmente nesses meses os filmes americanos não entram na China para que o público valorize e aumente sua presença em produções nacionais. Contudo, como houve pouca procura pelos filmes locais, neste ano estrearão As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras, no dia 02 de julho; A Lenda de Tarzan, no dia 19 de julho; e Pets - A Vida Secreta dos Bichos, no dia 02 de agosto.

Outro fator explicado para diminuição no segundo trimestre envolve o preço dos ingressos. Cerca de 70% dos ingressos vendidos na China são online e ao longo do ano passado houve um grande investimento de gigantes digitais como Alibaba, Baidu e Tencent, que ofereciam grandes descontos para ganhar o mercado. Enquanto isso, distribuidores chineses ofereciam mais subsídios para diminuir ainda mais o preço e ingressos de blockbusters locais ficavam ao preço de US$ 1,00 a US$ 2,00.

“Este ano o mercado de venda de ingressos online está mais estável. Então, eles têm menos incentivo para criar descontos”, afirmou ao The Hollywood Reporter Jie Qiu, CEO da Leomus Pictures, de Pequim.

Mesmo com esses percalços, a expectativa é que a China se torne o maior mercado do mundo ao longo de 2018, o que representa um ano depois do que era previsto pelosespecialistas.

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