09 Junho 2016 | Vanessa Vieira
Conteúdos dos Estados Unidos perdem mercado na China
País asiático é o maior mercado para filmes 3D e receberá evento neste mês sobre parcerias entre estúdios dos dois territórios
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A PricewaterhouseCoopers – PwC divulgou novo relatório, realizado em parceria com a Media Outlook, sobre o mercado audiovisual chinês, que especialistas acreditam que passará a arrecadação de Hollywood em 2017 com expectativa de chegar a US$ 10,3 bilhões contra US$ 10,1 bilhões esperados dos EUA. A projeção para a bilheteria chinesa em 2020, por exemplo, é de US$ 15 bilhões contra os US$ 11 bilhões esperados dos estúdios norte-americanos. Ainda em 2020, a consultoria aponta que a bilheteria global pode beirar os US$ 50 bilhões.
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Isso porque, segundo o relatório da PwC, a expectativa é de que o mercado da China cresça 19% ao ano, contra os 2% do setor nos EUA. Atualmente, o território chinês já é o maior mercado para filmes 3D no mundo e continua aumentando seu circuito exibidor com média de 15 novas salas de cinema por dia. O circuito ainda tem espaço para crescer também, afinal a distribuição atual é que existem 23 salas de cinema para cada milhão de pessoas, enquanto os EUA têm 125 telas por milhão de cidadãos.
Hollywood, idealmente, não precisaria necessariamente ficar preocupada com esse crescimento do território asiático porque seus conteúdos ainda têm grande influência na região, que ao crescer aumentaria também os resultados dos filmes americanos.
O detalhe apontado pela consultoria, porém, é que o share de mercado que os filmes e outros produtos audiovisuais estadunidenses têm na China caiu significativamente de 2014 para 2015, de 46% para 38%. Boa parte dessa queda vem da melhoria constante dos conteúdos chineses e da proteção imposta pelo governo, que reduz as oportunidades para obras internacionais. Inclusive, o maior estúdio do mundo é chinês: Hengdian World Studios com 28 mil m².
O relatório da PwC também abordou questões para o mercado televisivo que, segundo a consultoria, deve começar a ser afetado pela realidade virtual em apenas dois anos.
Manutenção de parcerias
Com o crescimento acelerado do setor audiovisual na China, os estúdios norte-americanos têm se preocupado em manter parcerias com estúdios e distribuidoras locais. A Universal, por exemplo, teve US$ 250 milhões investidos pela Perfect World Pictures, empresa com sede em Pequim. Assim como a STX Entertainment assinou pacto em 2015 com a Huayi Brothers para a produção de pelo menos 18 longas-metragens.
Parcerias semelhantes serão debatidas e promovidas durante o Film Finance Forum China 2016 (fórum chinês de financiamento de filmes, em tradução livre), realizado anualmente em Xangai desde 2013 e que, neste ano, acontecerá em 13 de junho, próxima segunda-feira. A expectativa para os estúdios do país é que o contato com empresas estadunidenses amplie seus conhecimentos de distribuição mundial de conteúdo.
Outra novidade também da cidade de Xangai é a abertura oficial do parque e resort da Disney na China. O Shanghai Disney Resort será inaugurado em 16 de junho junto ao Shanghai International Film Festival, realizado entre 11 e 18 de junho. O empreendimento demorou cinco anos para ficar pronto, tem 3,8 mil m² e demandou investimento de US$ 5,5 bilhões.
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