Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Carreira

20 Abril 2016 | Verônica Domingues

“Ouvir os exibidores é sempre um grande aprendizado”, afirma executiva da Fox/Warner

Completando 20 anos no mercado cinematográfico, Patricia Kamitsuji relata sua trajetória profissional

Compartilhe:

Patricia Kamitsuji e Gloria Pires no Prêmio ED 2015. (Foto: Prêmio ED)

Patricia Kamitsuji começou na indústria cinematográfica em 1996 na Cinemark, em Dallas (EUA), antes da abertura da empresa no Brasil. Por lá, trabalhou na área de Operações e teve treinamento em praticamente todas as áreas, inclusive Auditoria de Cinemas e Projeção de Filmes. Em 1999, foi contratada pela Hoyts General Cinema como diretora geral para abertura da empresa no Brasil e ficou até dezembro de 2002, quando foi para a Fox como diretora de vendas. Em 2006, Patrícia foi promovida à diretora geral da Fox e, em 2012, tornou-se a diretora geral da Fox e da Warner.

Publicidade fechar X

Um dos seus grandes desafios foi comandar o início da joint operation entre Fox e Warner Bros. no Brasil, inclusive, estando grávida na época.

“Uma operação de joint demanda muito trabalho porque são duas empresas, cada uma com sua cultura e equipe que passam a trabalhar sob o mesmo teto com mudança de sistema, adequação de procedimentos etc. – e eu estava grávida do meu segundo filho”, conta ao revelar sua admiração pelas mulheres que, além de performar na empresa, ainda têm que cuidar dos filhos.

A executiva revela que o seu grande aprendizado no negócio é ouvir os exibidores, mas ao mesmo tempo desafiá- los a modernizar e atrair cada vez mais espectadores para os cinemas. “Temos que digitalizar a indústria, o pensamento, as ações e não somente os projetores”.

Para trabalhar com cinema, além dos requisitos normais de qualquer empresa, a executiva diz que é preciso ter paixão. “O que faz a nossa indústria tão especial e com profissionais que trabalham há tanto tempo é contar com pessoas que adoram seu trabalho. Sou formada em Administração de Empresas e a princípio poderia trabalhar em qualquer setor, mas quando tive a oportunidade de trabalhar no startup de uma empresa que construiria cinemas no Brasil, achei fascinante e desde então não saí mais dessa indústria. Completarei 20 anos em 2016”.

Patricia conversou com a equipe da Revista Exibidor sobre sua carreira. Você pode conferir parte desse material na 20ª edição da revista e ler algumas das respostas da executiva na íntegra abaixo:

Conte um pouco sobre a sua carreira.

Quando fui para a Fox ser diretora de vendas, em 2002, foi uma aposta do Marcos Oliveira: contratar a primeira mulher para a área de vendas . Acho que alguns exibidores que não me conheciam tão bem podem ter tido algum tipo de preconceito, mas como não penso em problemas e sim em soluções, sabia que, com um bom trabalho, qualquer tipo de preconceito acabaria.

Hoje vejo com muita satisfação que há muitas mulheres na área de Programação tanto na distribuição quanto na exibição.

Qual foi a maior dificuldade enfrentada no mercado de trabalho?

Não penso que tive grandes dificuldades. Eu tive e tenho a sorte de ter chefes que sempre me cobram muito, mas que me deixam trabalhar, desenvolver as equipes e que me apoiam quando necessário.

E o maior desafio?

Meu último grande desafio foi comandar o início da joint operation da Fox e da Warner em 2012, quando estava grávida.

Passei a admirar ainda mais as mulheres que têm filhos e trabalham incansavelmente em posições de destaque, pois, além de performar na empresa como qualquer executivo, elas têm que cuidar dos filhos como todas as mães. É um processo diário que demanda muita organização em casa e no trabalho.

Hoje, acho que deu tudo certo, meu filho caçula já está com três anos e a joint quase quatro.

Qual foi o maior aprendizado no mercado cinematográfico?

Considero que tenho muita sorte em trabalhar em um mercado que ainda está crescendo, que tem belos desafios e no qual aprendemos diariamente.

É um mercado em que cultivamos relacionamentos duradouros e ouvir os exibidores é sempre um grande aprendizado. Gosto muito de ouvir as historias das gerações de famílias da cinematografia e, ao mesmo tempo, acho que tenho que desafiá-los a modernizar.

Tive a oportunidade de trabalhar em duas empresas de exibição e agora duas distribuidoras. Como coproduzimos filmes nacionais, também trabalho diretamente com produtores - e é muito bom ter experiência em todos os setores.

Um setor onde trabalhamos por um bom relacionamento com clientes, fornecedores e concorrentes cria um excelente ambiente de trabalho. E ainda assistimos aos filmes!

Qual conselho você daria para os profissionais que trabalham na área?

Saber muito do passado e do presente – números, desempenho, filmes, estratégias, mídias – e ter ideias e estratégias para o futuro é imprescindível para quem quer se dar bem nesta área.

Veja também as entrevistas com Andrea Puppo, da Cinemark; Beatriz Passos, daMoviecom; Beatriz Schimidt, do Espaço Itaú; Bettina Boklis, da Cinemark; Camila Pacheco, daFox; Cristiana Rodrigues, da Downtown Filmes; Juliana Ribas, da Universal, Luciana Falcão, da Paramount, Mariá Bastos, do Cine Lúmine, Maricy Leal, da Cinemark, e Patrícia Cotta, da Kinoplex.

Compartilhe:

  • 0 medalha