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07 Março 2016 | Vanessa Vieira

“A Garota Dinamarquesa” gera polêmica em Estados brasileiros

Entidades se posicionam contra a ausência do longa nos cinemas de Santa Catarina, Paraná e Pará

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(Foto: Universal Pictures)

Em países conhecidamente conservadores como o Catar, do Oriente Médio, filmes com temática homossexual ou transexual geralmente não chegam aos cinemas, assim como aconteceu este ano com o longa A Garota Dinamarquesa, que teria sido banido do país após protestos online. No entanto, a produção também trouxe algumas polêmicas para o mercado brasileiro.

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O longa estreou comercialmente no País em 11 de fevereiro deste ano, mas chegou apenas uma semana depois aos cinemas de Santa Catarina. Os exibidores de Florianópolis, por exemplo, chegaram a receber uma carta de repúdio da Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade – ADEH em defesa da exibição do filme. Em entrevista ao portal de notícias Diário Catarinense, Lirous Ávila, coordenadora da entidade, afirmou que, quando questionados sobre não exibirem o longa, exibidores teriam até mesmo perguntado o porquê de espectadores quererem assistir o conteúdo.

Após a entrada da produção nos cinemas da cidade paranaense, a associação promoveu um evento gratuito no qual levou homens e mulheres transexuais e travestis para assistir ao A Garota Dinamarquesa em 24 de fevereiro. A ADEH chegou a receber uma resposta da Universal em agradecimento pelo interesse no filme.

Já no Pará, a polêmica se deu a partir do Núcleo do Consumidor – Nucon da Defensoria Pública do Estado do Pará, que pediu explicação a três redes de cinema por não colocarem A Garota Dinamarquesa em cartaz. A ação da Defensoria, realizada em 22 de fevereiro, teria sido uma resposta a protestos online em redes sociais após o boato de que o longa não seria exibido em Belém, capital do Estado. As redes Cinépolis, Líbero Luxardo e Moviecom tiveram cinco dias úteis para apresentarem seus argumentos.

Outro Estado brasileiro que também presenciou a ausência de A Garota Dinamarquesa nas telonas foi o Paraná. Segundo a Ordem dos Advogados da região, a OAB-PR, alguns exibidores de Curitiba não colocaram o longa em cartaz e até chegaram a se recusar a vender ingressos para pessoas transexuais com alegação de esgotamento dos tickets. De acordo com o portal Revista Lado A, em resposta a essa atitude, os advogados da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB-PR realizaram doação que permitiu a ida de 50 transexuais e travestis ao cinema para assistir a produção.

A Garota Dinamarquesa ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, dado à Alicia Vikander, e conta a história de Lili Elbe, que nasceu Einar Wegener, e foi a primeira pessoa que se submeteu à cirurgia de mudança de gênero. Lili é interpretada pelo ator Eddie Redmayne. O longa abriu em 834 salas no Brasil, está saindo de sua quarta semana de exibição e vendeu mais de 240 mil ingressos.

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