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04 Março 2016 | Verônica Domingues

Curador do Festival de Cannes salienta a importância de contratar uma boa distribuidora

François Lardenois explica como funciona a seleção dos filmes e fornece dicas para os profissionais do mercado cinematográfico

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Além de François Lardenois, participaram Eduardo Valente (ANCINE) e Ana Letícia Fialho (Cinema do Brasil) (Foto: Revista Exibidor)

A 5ª edição do CdB Talks buscou uma aproximação entre os realizadores brasileiros e um membro do comitê de seleção do Festival de Cannes. Na manhã do dia 3 de março, François Lardenois conversou com produtores e diretores no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo.

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Além de explicar o processo de elaboração da programação, ele considerou importante derrubar um grande mito: o de que nem todos os filmes inscritos são vistos. "Nós podemos descobrir pérolas incríveis, por isso assistimos tudo", conta o curador. Para ele, os profissionais não devem ter medo de enviar os seus trabalhos, mesmo que não estejam finalizados.

François comentou, em linhas gerais, o perfil das produções selecionadas para o festival. "Chama nossa atenção os longas que tratam de um assunto local, mas sejam compreendidos pelas audiências do mundo todo", afirma. Segundo ele, Sabor da Vida (California Filmes), dirigido por Naomi Kawase, é um bom exemplo disso. "A história é simples,se passa em uma padaria,  mas consegue retratar toda a sociedade japonesa", completa.

No entanto, algumas obras não agradam aos jurados. Sobre isso, o curador disse que não há uma regra. "Filmes em que a visão do diretor não fica clara, tendem a não despertar nossa atenção", argumenta. Mas esse não é o único critério usado há hora de montar a programação.

Como a visibilidade no Festival de Cannes é muito intensa, as críticas negativas podem impedir uma obra de estrear internacionalmente. Por isso, alguns bons filmes acabam não participando do evento. "Para os realizadores, esses 15 dias podem ser um sonho ou um pesadelo", comenta François.

Para uma inscrição mais assertiva, o curador deu duas valiosas dicas. A primeira é contratar uma boa distribuidora. De acordo com ele, como essas empresas conhecem profundamente o perfil de cada festival, elas acabam funcionando como uma pré-seleção. O júri costuma ter um olhar diferenciado para os filmes que chegam dessa maneira. O segundo conselho é evitar mandar material entre os meses de fevereiro e março. "Durante esses dias, recebemos tantos trabalhos, que é impossível dar a devida atenção para todos", explica François.

A pedido da platéia, Lardenois também explicou que a Seleção Oficial de Cannes, a Quinzena dos Realizadores e a Semana da Crítica são tratadas de forma independente - por isso as inscrições devem ser feitas separadamente. Caso haja interesse, é preciso mandar os filmes três vezes.

O CdB Talks é um programa realizado pelo Cinema do Brasil com o objetivo de descobrir novas oportunidades no mercado cinematográfico internacional. O último encontro de 2015 foi com José Rebordinos, diretor do Festival de San Sebástian.

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