03 Fevereiro 2016 | Verônica Domingues
Instituto aponta falta de transparência no mercado cinematográfico chinês
Dados da HDresearch apontam como o cinema pode ser mais sustentável
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O mercado de cinema chinês está em crescimento constante. Quando as leis regulatórias foram criadas, em 2002, houve um aumento exponencial no número de salas de cinema. Nos primeiros seis anos, a quantidade aumentou, em média, 38% ao ano. Entre 2011 e 2015, contrariando tendências globais, o preço do ingresso caiu na China - o valor passou de US$5,62 para US$5,32. Uma das hipóteses é a venda de tickets online por empresas de e-commerce.
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Ano passado, a China teve 278 lançamentos, exibidos em mais de 30 mil telas pertencentes a pelo menos 40 grandes empresas. No entanto, existe uma competição feroz por espaço. Dessa maneira, os primeiros cinco dias são decisivos para um filme recuperar os custos de produção. Os dez longas mais vistos correspondem a 28% da bilheteria, fazendo com que os outros praticamente não tenham chance de recuperar o valor investido.
Segundo dados da HDresearch, uma pesquisa realizada pelo Huayi Brothers Institute,o principal problema do mercado cinematográfico chinês é a falta de transparência entre distribuidoras e exibidoras. Os contratos não são claros, por isso qualquer uma das partes pode desistir de um filme sem um motivo consistente. Ou seja, uma exibidora pode repentinamente decidir não investir em um filme para forçar mais descontos. Esse cenário revela a principal diferença entre a China e os países ocidentais em relação ao cinema.
Para os pesquisadores da HDresearch, seria possível um mercado mais sustentável se a China investisse em contratos mais objetivos e transparentes entre todas as cadeias envolvidas na produção de um filme. Além disso, um ponto positivo tem sido a digitalização dos cinemas chineses que levou a uma distribuição muito maior de cópias dos filmes para os cinemas. Auxiliando, inclusive os pequenos exibidores. Apesar de muitas vezes eles ainda receberem conteúdos antigos, "reciclados".
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