27 Janeiro 2016 | Vanessa Vieira
Mercado nacional de cinema fecha 2015 com 3 mil salas e maior crescimento em cinco anos
Aumento de público e renda são os maiores do setor em cinco anos
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Nesta segunda-feira (25), a Agência Nacional do Cinema – ANCINE divulgou o Informe Preliminar de Distribuição, Exibição e Lançamentos referente a 2015. O documento, que contém informações do Sistema de Acompanhamento da Distribuição em Salas de Exibição (SADIS), segue como provisório até os informes anuais da agência, que serão divulgados até 30 de junho deste ano.
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Ainda que preliminar, o informe já traz dados relevantes sobre o mercado brasileiro de cinema em 2015, que acompanhou o ano-recorde em bilheteria global ao registrar o maior público e renda do setor nacional, além da marca de 3 mil salas de exibição.
Números do sucesso
Com 53 cine-semanas computadas no ano passado, o período trouxe um público-recorde para as métricas brasileiras com 172,9 milhões de ingressos vendidos, o que representa um aumento de 11,1% em relação a 2014 e é a segunda maior taxa de crescimento de público em cinco anos.
Em termos de renda, 2015 arrecadou R$ 2,35 bilhões, com mais de R$ 4 milhões a mais do que o período anterior. O aumento em renda foi de 20%, o maior dos últimos cinco anos do País.
O longa-metragem que mais arrecadou em 2015 foi Vingadores: Era de Ultron, da Disney, com 10,1 milhões de ingressos vendidos e arrecadação de R$ 146 milhões. O filme estreou em 1.356 salas no Brasil, cerca de 300 a menos do que o segundo colocado: Velozes e Furiosos 7, da Universal, que teve público de 9,8 milhões e somou R$ 142 milhões.
Entre as animações os destaques vão para Minions, também da Universal, e Divertida Mente, da Disney∙Pixar. Juntas, as produções levaram mais de 12 milhões de pessoas aos cinemas. Um detalhe entre as animações é que o Brasil não teve nenhum lançamento nacional no gênero em 2015, isso tinha acontecido apenas em 2010.
Das 20 maiores bilheterias do período, três foram de filmes nacionais: Loucas pra Casar, 10ª posição com 3,7 milhões de espectadores; Vai que Cola – o Filme, 12ª colocação com 3,3 milhões de ingressos; e Meu Passado me Condena 2, na 20ª posição com 2,6 milhões. Vale destacar também a comédia Até que a Sorte nos Separe 3 que, mesmo sendo lançado em 24 de dezembro de 2015, conquistou a quinta colocação no ranking nacional ao levar 1,7 milhão de pessoas aos cinemas ainda nas cine-semanas do ano passado. Hoje, a comédia já soma mais de 3 milhões de ingressos vendidos.
Parque exibidor maior
A previsão de Manoel Rangel, diretor-presidente da ANCINE, de que o parque exibidor nacional chegaria a 3 mil salas. Na verdade, em 2015 o Brasil chegou a 3.013 salas graças à abertura de 252 novas telas, à reabertura de 11 complexos e à ampliação de oito cinemas. O resultado foi a entrada de 304 salas nas contas do circuito exibidor brasileiro.
Dos cinco novos complexos com mais telas, quatro são da Cinépolis e um é da Cinemark. Regionalmente, três são do Sudeste e os outros dois são do Norte do País.
Em números gerais, o Sudeste foi o Estado que mais recebeu novas salas com destaque para São Paulo, que ganhou 91 telas. No entanto, o Norte e o Nordeste foram melhores do que o Sul e o Centro-Oeste em abertura de salas, com o detalhe de que 58% de suas salas abrirem em municípios com mais de 500 mil habitantes. Os cinco Estados que mais receberam novas telas são: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e Paraíba.
Digitalização chegando ao fim
O informa da ANCINE aponta que a digitalização está, de fato, chegando ao fim. Das mais de 3 mil salas de cinema no Brasil, 2.775 já estão digitalizadas. Assim, 92% do parque exibidor nacional já conta com tecnologia digital.
As cinco maiores redes exibidoras, segundo a agência, são Cinemark, com 592 salas; Cinépolis, com 341; Kinoplex, com 185; Araujo, com 139; e Cinesystem, com 134 telas. Todas essas redes estão 100% digitalizadas. A única empresa exibidora que está entre as 20 maiores do País e que não está totalmente digitalizada é a Arcoplex, que já conta com 95% das suas salas com equipamento digital.
A distribuição em 2015
Ao todo, no ano passado o Brasil recebeu a exibição de 1.222 filmes incluindo 128 lançamentos nacionais, 314 estreias internacionais e 780 longas exibidos – estes já foram lançados anteriormente no País e contam com 207 títulos brasileiros e 573 estrangeiros. Assim, o período registrou 14 lançamentos nacionais a mais do que em 2014 e 35 internacionais.
Com isso, o cinema nacional conquistou 13% do público total e 11,8% da renda de 2015, registrando aumentos de 0,8% e 0,5% em relação ao período anterior, enquanto as produções internacionais ficaram com 87% de participação de público e 88,2% da renda. O ano representou o terceiro período em termos de participação de público do cinema brasileiro, ficando logo atrás dos anos-chave de 2010, com 19%, e 2013, com 18,6%.
Entre as distribuidoras, as internacionais tiveram 74% do público enquanto as nacionais ficaram com 24%. Em números gerais, incluindo a distribuição de conteúdos nacionais e internacionais, a Universal liderou com 20% dos lançamentos, seguida pela Disney em segundo lugar com 17%, Fox com 15%, Warner com 8,6%, Paris Filmes com 8,5%, entre outras.
Já na distribuição de longas brasileiros a líder foi a parceria entre Downtown Filmes e Paris, que ficou com 53% dos lançamentos. A H2O Films foi a segunda colocada com 15% e a Imagem Filmes, em terceiro, ficou com 10%.
Confira o Top 10 das maiores bilheterias do Brasil em 2015, suas distribuidoras, rendas, público e quantidade de salas em seu lançamento:
1 – Vingadores: Era de Ultron – Disney – R$ 146 mi – 10,1 mi de público – 1.356 salas
2 – Velozes e Furiosos 7 – Universal – R$ 142 mi – 9,8 mi de público – 1.046 salas
3 – Minions – Universal – R$ 119 mi – 8,9 mi de público – 1.084 salas
4 – Cinquenta Tons de Cinza – Universal – R$ 87 mi – 6,6 mi de público – 1.087 salas
5 – Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros – Universal – R$ 90,7 mi – 6,3 mi de público – 1.001 salas
6 – Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força – Disney – R$ 90,4 mi – 5,5 mi de público – 1.505 salas
7 – Jogos Vorazes: A Esperança – O Final – Paris Filmes – R$ 63 mi – 4,3 mi de público – 1.718 salas
8 – Cinderela – Disney – R$ 50 mi – 4,1 mi de público – 931 salas
9 – Divertida Mente – Disney – R$ 45,64 mi – 3,78 mi de público – 879 salas
10 – Loucas pra Casar – Paris/Downtown Filmes – R$ 45,68 mi – 3,72 mi de público – 604 salas
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