02 Dezembro 2015 | Fábio Gomes
Lucia Murat lança filme baseado nos textos de Simone de Beauvoir
"Em Três Atos" tenta atingir público mais velho e fãs de dança
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A diretora Lucia Murat estreia no próximo dia 10 de dezembro seu mais novo longa, Em Três Atos, produção que trata do feminino e da velhice e se baseia em textos de Simone de Beauvoir.
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Segundo a cineasta, o processo de criação do longa foi bastante extenso e a ideia surgiu de sua própria sensação de envelhecimento. “O plano era fazer um filme raivoso e, no decorrer do processo, ele acabou virando algo muito lírico e poético. Escapou essa sensação original que eu tinha”, afirma em entrevista ao Portal Exibidor.
A cineasta explica que desejava juntar a palavra composta no texto de Simone com expressões corporais. Por conta disso, convocou Nathalia Timberg, aos 80 anos, Andrea Beltrão, aos 50 anos, e as bailarinas Angel Vianna, que dedicou 60 anos à dança contemporânea brasileira participa do filme aos 85 anos, e ainda sua ex-aluna Maria Alice.
“Fui pesquisando e encontrei entrevistas da Simone no final da vida e juntei a um livro chamado `Um mort três douce´, que não chegou a ser traduzido para o português. Nele, ela descreve a morte de sua mãe, já que a questão da morte está ligada a essa questão da velhice. Foi nesse momento que surgiu a proposta do filme”, explica.
Um dos grandes desafios para a diretora foi reproduzir de maneira fiel os textos de Beauvoir, algo que exigiu todo o talento das atrizes principais. “Foi muito difícil pra Nathalia e pra Andrea, pois sempre estavam trabalhando com textos escritos, mas foram textos para serem lidos e não para serem ouvidos. É um texto muito bonito e queríamos manter essa beleza, uma tentativa de não mexer na poesia e ter uma capacidade de comunicação”, completa.
A diretora explicou que a Imovision entrou no projeto por conta de uma grande parceria que tem com a distribuidora e ela colaborou na distribuição da produção em dois grandes Festivais brasileiros: o Festival do Rio e o Festival Internacional de São Paulo.
O longa foi muito bem recebido pelo público e pela crítica em ambos os eventos e a diretora explica que espectadores de todas as idades apareceram para assistir a produção. “Tivemos desde pessoas mais velhas, até o público de dança. Além disso, fiquei contente que o público jovem gostou muito. No fim das contas, é um filme que trabalha a questão da perda, que é uma coisa que todos sentem independentemente da idade”, finaliza.
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