19 Novembro 2015 | Fábio Gomes
Como conteúdos alternativos estão alterando os cinemas
Discussão comenta a relação com fãs e a exibição de games, jogos e ópera
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A segunda palestra do dia falou sobre os novos caminhos da distribuição de filmes no mercado nacional e como as novas tecnologias estão modificando esse processo e alterando o conteúdo das telonas.
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Moderada por Igor Kupstas, da O2 Play, a mesa contou com importantes nomes do mercado como Laudson Diniz, diretor da Cinelive; Patrícia Cotta, diretora de Marketing da Kinoplex; e Vinícius Pagin, diretor de programação da Cinemark.
Segundo Igor, a Revista Exibidor teve participação crucial para a criação da discussão, pois a palestra foi inspirada em uma matéria da publicação sobre o cinema em 2025, na qual falou-se sobre novas tecnologias, novos formatos e também sobre conteúdos alternativos, algo que a Cinelive tem investido muito nos últimos tempos.
“Tela grande e cadeira confortável já não são mais diferenciais. O especial são conteúdos diferenciados”, afirmou Laudson, que citou como exemplo a final da UEFA Champions League que, em 2011, com apenas 11 salas, levou 1.200 pessoas e no ano passado chegou a 26 mil. “O mais bacana é que trazemos público que não tem costume de ir ao cinema, mas que vai para ver esse conteúdo especial”, afirma.
Pagin, da Cinemark, acredita que essa área cresce cada vez, mas mesmo assim ainda há espaço para testes uma vez que até mesmo o mercado dos EUA ainda está tentando entender como ela funciona. “O conhecimento do público sobre o assunto é realmente essencial para dar certo”, afirma.
Relacionamento com o fã
Patrícia Cotta acredita que ainda não é possível classificar em apenas uma categoria o público do conteúdo especial, uma vez que o espectador que vai assistir uma ópera é totalmente diferente de quem vai assistir o futebol.
“Estamos construindo um público completamente novo. Em marketing você tem que apresentar o quanto você vai ter de retorno, mas com esse conteúdo não dá para ter algo tão preciso que tenha um resultado imediato. Isso é uma construção de cultura e a gente percebe que o fã que assiste a esses conteúdos é muito fiel”, afirma.
A fidelidade do fã foi comprovada com a exibição da final do campeonato de League of Legends. O primeiro ciclo da final contou com 10 salas, que esgotaram em duas horas. “Esse público quer ser tratado de forma diferente, ser bonificado, ter brinde, um diferencial como a presença de um especialista”, afirmou Laudson.
Uma das maiores dificuldades foi convencer essas pessoas a comprarem ingressos de cinema pelos sistemas disponíveis na web, algo que muitos nunca haviam feito. “Estamos aprendendo a lidar com esse cliente. Por que ele paga para ir? Porque ele quer torcer junto”, completou.
A dificuldade de atender o público também vem do fato do conteúdo especial ser diferente em todos os sentidos. Além de atrair fãs que normalmente não vão ao cinema, ele também não tem uma janela de duração normal, nem tem duração igual a filmes.
“No caso do Doctor Who, a ideia era exibir a série em poucos complexos em São Paulo e no Rio de Janeiro para fazer um teste. Contudo, em uma semana precisamos atender mais 17 cidades. As pessoas estavam como em pré-estreias, fantasiadas e felizes de estarem juntas”, explicou Vinícius.
A Expocine encerra-se hoje (19) e conta com cobertura especial da Revista Exibidor.
Confira a cobertura completa:
- Primeiro dia da Expocine
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