14 Outubro 2015 | Janaina Pereira, do Rio d
Mudanças do mercado audiovisual são destaques do RioMarket 2015
Novas plataformas de entretenimento e Tvs a cabo permearam discussões
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Braço de negócios do Festival do Rio, o RioMarket, que este ano foi realizado em nova sede, no bairro do Flamengo, teve como principal foco nesta edição as mudanças do mercado audiovisual. Uma das palestras mais disputadas foi a de Nathalie Hoffmann, advogada e consultora do setor de entretenimento e CEO da Brazil Business Link (empresa de consultoria a produtoras brasileiras nos EUA e empresas americanas do setor no Brasil). Ela falou sobre as novas plataformas de entretenimento, e citou a crise das TVs aberta e a cabo nos EUA.
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“Jovens americanos que saem da casa dos pais jamais vão pagar um plano de TV a cabo. Eles usam plataformas como o Netflix. Essas plataformas fazem uma conversão inteligente de conteúdo, tecnologia e publicidade. A venda de anúncios é programada por meio de softwares, e os anunciantes ficam felizes porque o alvo de sua mensagem é direcionado a um público específico”, disse.
Sobre o mercado de cinema, Nathalie explicou que há uma nova estratégia criada pelas grandes distribuidoras nos EUA: a EST (Early Electronic Sell-through), que consiste em disponibilizar o filme para ser baixado em alta definição, em plataformas como o iTunes, três semanas antes do lançamento em DVD e Blu-Ray. O valor desse serviço hoje no mercado americano é de US$ 20.
Ainda sobre as mudanças do mercado, Nathalie frisou que há 20 anos a bilheteria doméstica (EUA e Canadá) respondia por 60% da receita total de um filme, mas atualmente é a renda internacional que determina (ou não) o sucesso de uma produção. “Hoje, apenas 28% da bilheteria de um filme é gerada internamente, cabendo ao resto do mundo a fatia de 72%. Só a China cresceu em 34% o número de telas nos últimos dois anos. É impossível que isso não afete o tipo de filme que Hollywood vai fazer daqui para frente”.
Evento tem recorde de participantes
O Rio Market 2015 teve recorde de participações. Foram 8.468 pessoas inscritas, 58 paineis e 23 Workshops e Masterclasses, enquanto as rodadas de negócios tiveram 335 inscrições feitas por 91 produtoras. Segundo a assessoria de imprensa do evento, houve um aumento de 316% de reuniões de negócios em relação ao ano de 2014.
Entre as Masterclasses mais concorridas se destacou a da diretora Catherine Hardwicke (responsável pelo filme da saga Crepúsculo). Pela segunda vez a cineasta participou do evento – a primeira foi em 2003 – e dessa vez ela abordou as dificuldades de uma mulher trabalhar em Hollywood. “Sinto muito pelo fato de Crepúsculo ter feito tanto sucesso, mas os demais filmes não foram dirigidos por mulheres”, disse.
A diretora falou que há poucas mulheres trabalhando em Hollywood, e mesmo as atrizes famosas não conseguem fazer uma transição fácil para trás das câmeras. Arquiteta de formação, Catherine acredita que mesmo com o mercado menor para o sexo feminino, as coisas melhoraram. “O espaço para as mulheres como diretoras, roteiristas e outras profissionais no cinema melhorou, e eu realmente acredito que pode haver, em breve, um equilíbrio entre homens e mulheres”, concluiu.
Além de Catherine Hardwicke, também participaram dessa edição do RioMarket Kim Newton (roteirista e produtora de Cold Case); Mauro Alencar (consultor de teledramaturgia da TV Globo); Stephen Tolkin (da série Brothers &Sisters); Michael Kramer (roteirista de séries infantis como Rugrats - Os Anjinhos e A Hora do Recreio); Iain Smith (produtor de Mad Max: Estrada da Fúria ); Farnaz Khaki-Sadigh (figurinista de The Flash), entre outros.
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